É praticamente consenso que esta continuação não foi tão boa quanto o primeiro filme. E também pudera, a produção foi uma bagunça. Joss Whedon, recontratado após o sucesso de Os Vingadores (2012), teve de mudar várias vezes o corte final, que nunca agradava o público nas exibições teste e tampouco os executivos da Marvel, em especial Kevin Feige. Estava muito sombrio e longo, tinha inúmeros personagens com várias subtramas e outros sem fazer algo. Whedon queria dar um tom mais sério ao projeto, e as exigências do estúdio eram no sentido de que o filme seguisse a linha do primeiro, leve e colorido. Mas a escolha do vilão era um problema, Ultron é um antagonista cínico e com dilemas existenciais profundos, longe do bom humor e do carisma do Loki de Tom Hiddleston. No final, o androide de inteligência artificial acabou sendo um dos pontos altos. Ultron foi vivido por James Spader, que empregou toda sua persona sarcástica e blasé no personagem, através da captura digital de movimentos e expressões. Em suas mãos, o robô realmente ganhou uma personalidade complexa – ele demonstra raiva quando comparado a Tony Stark e uma genuína decepção melancólica ao perceber que falhou ao tentar convencer os irmãos Maximoff a lutar ao seu lado. Mas, no meio disso, há a apresentação de mais uns quantos vingadores e uma grande preocupação em preparar o terreno para os próximos filmes – Thor, por exemplo, antes um dos expoentes da equipe, aqui pouco acrescenta ao arco principal. Apesar disso, o longa é divertido e serve para aprofundar um tanto mais vários dos outros heróis, embora acabe soando mais como um filme entre filmes do que o ponto final da Fase 2 do UCM – aliás, a própria Marvel acabou reconhecendo isso e passou a contar Homem-Formiga (2015) o longa final desta fase.
:: Média 5,9 ::
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