Pensa num filme que tinha um monte de problemas para resolver. Primeiro, Kevin Feige assumiu uma responsabilidade enorme por querer levar às telas um dos arcos mais aclamados dos Vingadores nas HQs. E aí está outro problema, pois não era apenas mais um filme do Steve Rogers (Chris Evans), mas também praticamente uma continuação de Vingadores: Era de Ultron (2015), que tinha de ficar à altura de Soldado Invernal (2014), que conquistou o público com seu ar de thriller de espionagem. Além disso, ainda existia a tarefa ingrata de apresentar dois novos vingadores: Pantera Negra (Chadwick Boseman) e o Homem-Aranha (Tom Holland). Detalhe, o Teioso somente foi colocado depois que as filmagens e a produção já estavam rolando a todo vapor. O resultado é surpreendentemente coeso, o mais maduro filme da Marvel até o momento. A terceira aventura do Capitão América dá continuidade aos seus conflitos com o Soldado Invernal, e a ideia para juntar os outros super-heróis nisso foi usar elementos que tinham sido apresentados antes para justificar a sua entrada em cena – ou seja, os irmãos Anthony e Joe Russo apostaram na familiaridade do espectador com aqueles personagens para suas motivações não precisarem tomar tempo do roteiro. E funciona, quando o embate entre eles chega, enfim, é comovente porque entendemos o lado de cada uma daquelas figuras. O tom sombrio e político é presente e, dessa vez, os dilemas são mais profundos do que simplesmente salvar o mundo. São razões pessoais que movem heróis e vilões – embora altamente criticado, Zemo (vivido pelo excelente Daniel Brühl) é um antagonista que surpreende ao contrastar seus planos megalomaníacos com motivações simples e tocantes. Depois de dois sucessos seguidos, os irmãos Russo acabaram sendo escolhas óbvias da Marvel para assumir o seu mais precioso projeto: Guerra Infinita.
:: Média 7,2 ::
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