A missão era ingrata: como transformar um dos heróis mais subestimados pelo público em geral, tido como coroinha, patriótico, certinho, ou seja, chato demais, em alguém de suma importância neste universo tão vasto de mascarados? Quem conhece as histórias em quadrinhos sabe que Steve Rogers (Chris Evans) é bem mais que isso, mas como apresentá-lo ao espectador que mal o conhece? Nada melhor que mostrar sua origem em meio à Segunda Guerra Mundial contra nazistas, especialmente o maquiavélico Caveira Vermelha (Hugo Weaving). Há uma grande homenagem aos filmes de heróis antigos, como se a trama passada nos anos 40 também tivesse sido filmada naquela época (a despeito dos efeitos visuais avançados). Há um pouco de ingenuidade, de heroísmo exacerbado, de mocinhos e algozes bem distinguidos na luta entre o bem e o mal. Porém, há mais. Muito mais. Ação de primeira, lutas empolgantes, um romance crível (saudades da Peggy Carter de Hayley Atwell) e, ao fim, a sensação de deslocamento no tempo. Tanto de Rogers quanto do público que consegue se por no lugar do solitário protagonista. Se havia dúvidas de como transformar o Bandeiroso num dos melhores personagens da Marvel nos cinemas, aqui elas foram dissipadas em sua quase totalidade. Foi o filme necessário para apresentar o herói que tanto admiramos.
:: Média 6,8 ::