Depois que a Warner começou a rejeitar o estilo estabelecido por Zack Snyder no universo DC nas telonas, o primeiro projeto que o estúdio decidiu realizar foi este realizado por David Ayer. O cineasta, que chegou a dirigir algumas obras notáveis como Marcados para Morrer (2012) e Corações de Ferro (2014), sempre disse que pensou num filme mais sombrio e melancólico, realmente seguindo os passos de Homem de Aço (2013) e Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016). Porém, ao que tudo indica, a Warner queria trazer o projeto para algo mais descontraído e próximo do que são os filmes da Marvel, chegando mesmo a criar um trailer fantástico ao som de Bohemian Rapsody, que em muito contrastava com o tom dos primeiros promocionais lançados. O resultado é o que se vê em tela: uma bagunça imperdoável. Não só a trama não faz sentido algum (há inúmeros furos de roteiro), como o longa parece jamais decidir se quer ser uma comédia de ação, um thriller ou exemplar do sub-gênero dos super-heróis – a verdade é que ele queria ser tudo. Will Smith e Margot Robbie até que se esforçaram para dar alguma vida aos protagonistas, mas o filme simplesmente não embasa isso, enquanto Jared Leto paga mico toda vez que surge em tela como o Coringa, sem entender a diferença entre ser o palhaço do crime e caricaturizar seus traços mais conhecidos. Há também uma insistência óbvia em enfiar elementos que claramente não foram pensados inicialmente, como as músicas pop que entram de qualquer jeito entre uma cena e outra, ou os letreiros for dumies que tentam conferir uma descontração forçada à narrativa. Para pontuar o ridículo, o filme ainda levou para casa um Oscar, o de Maquiagem e Cabelo.
:: Média: 3.9 ::