1 – Mulher Maravilha (2017)

Publicado por
Matheus Bonez

Por décadas, o consenso era de que filmes de heroínas não atraiam público. Machismo, falta de visão, enfim, vários fatores alimentaram esse pensamento por anos a fio. Um longa-metragem protagonizado pela primeira grande personagem feminina das HQs, então, demorou mais de 70 anos para ser realizado. Diana Prince fez uma aparição estrondosa em Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016), sendo uma das poucas unanimidades positivas da produção. Quando estreou sua aventura solo, então, o buzz foi ainda maior. Bela arrecadação inicial, mantida até o filme sair de cartaz, aplausos da crítica em geral, publico mais que contente e, claro, meninas e mulheres se sentindo representadas, finalmente, numa produção do gênero. Quem diria que Mulher-Maravilha acabaria sendo o carro-chefe da DC Comics em seu universo expandido nos cinemas? Mas esse sucesso todo tem, ao menos, dois grandes nomes por trás: Patty Jenkins e Gal Gadot. A primeira, a diretora, conseguiu transpor toda a mitologia da semideusa que deixa a ilha de Themyscira para combater os alemães na Primeira Guerra Mundial. Ao transformar as amazonas em guerreiras que qualquer garota gostaria de ser, inteligentes, sagazes e fortes, mas com igualdade entre todas, a cineasta lançou um filme feminista sem bandeiras, ainda que falho em diversos aspectos. Não bastasse sua visão além de qualquer tempo, temos Gal Gadot como a Mulher-Maravilha mais que perfeita. Ela é uma garota ingênua que ainda precisa conhecer o mundo fora de casa, mas nem por isso tem menos coragem de tomar a dianteira e proteger inocentes a qualquer custo. Não à toa sua emblemática entrada no front usando o traje completo pela primeira vez causa emoção, talvez tanta quanto Clark voando no primeiro Superman: O Filme (1978). O longa tem problemas? Claro que sim. Mas nem por isso deixa de ser positivo no quesito diversão, além de não enganar a inteligência do espectador. Acima de tudo, trata de algo pelo qual tanto se luta hoje em dia: representatividade. Sabe aquela expressão “rainha, mores”? Pois aqui se aplica perfeitamente a como essa heroína conseguiu conquistar a grande maioria de quem a assistiu quebrando tudo em sua grande estreia.
:: Média: 7.4 ::

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.

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