No final do anos 1990, os amigos Daniel Myrick e Eduardo Sanchez deram aulas básicas de câmera a três atores e os levaram para ficar oito dias na floresta, privados de sono e alimento, com apenas uma bússola e sem saber mesmo onde estavam. A produção estava camuflada e escondida no meio da floresta captando as reações dos artistas. O resultado desta empreitada foi o icônico A Bruxa de Blair (1999), que popularizou o gênero cinematográfico found footage, fez sucesso nos festivais de Cannes e Sundance, e ainda transformou um humilde orçamento de US$ 60 mil em US$ 248 milhões em bilheteria mundial.
Com a fama repentina dos jovens cineastas, a Artisan Entertainment comprou os direitos de distribuição do longa logo após sua passagem por Sundance. Rapidamente, a empresa agilizou e lançou A Bruxa de Blair 2: O Livro Das Sombras (2000) e, provando que a pressa é inimiga da perfeição, a sequência ingrata, arremessada ao público pouco mais de um ano depois do lançamento do primeiro, foi considerada pela revista Variety uma das cinco piores continuações do cinema norte-americano de todos os tempos. Tendo custado US$ 15 milhões, arrecadou pouco mais US$ 45 milhões no mundo todo. Em 2016, depois de um processo de pré-produção que durou cinco anos, a franquia ganhou seu terceiro capítulo: Bruxa de Blair (2016). Nas mãos do diretor Adam Wingard, o longa retomou algum o espírito nostálgico que assustou e influenciou toda uma geração.
Blair Witch, EUA, Canadá, 2016
Horror/Suspense, 89 minutos
De Adam Wingard
Com James Allen McCune, Callie Hernandez, Corbin Reid, Brandon Scott, Wes Robinson, Valorie Curry
Sinopse: Um grupo de estudantes de Milwaukee viaja para um acampamento, quando decidem ir ainda mais fundo na floresta escolhida. No trajeto, descobrem que a natureza esconde seres perigosos.
Orçamento: US$5 milhões
Bilheteria mundial: US$45,1 milhões
Premiações: Selecionado para o Festival de Toronto em 2016.
Nota IMDb: 5,0/10
Nota Metacritic: 47/100
Nota Rotten Tomatoes: 37%
Nota Papo de Cinema: 3/5
O que nós achamos: “Se o novo Bruxa de Blair não consegue reproduzir o efeito aterrador do primeiro, ao menos Wingard trabalha bem a mitologia criada no final do século passado, fazendo um filme de clima pesadíssimo e com algumas cenas verdadeiramente assustadoras”. Confira na íntegra a crítica de Wallace Andrioli.
Book of Shadows: Blair Witch 2, EUA, 2000
Horror/Fantasia, 90 minutos
De Joe Berlinger
Com Kurt Loder, Chuck Scarborough, Bruce D. Reed, Jeffrey Donovan, Joe Berlinger, Sara Phillips, Lynda Millard, Deb Burgoyne, Andrea Cox, Lanny Flaherty, Pete Burris, Tristine Skyler, Stephen Barker Turner, Erica Leerhsen, Kim Director, Briton Green, Erik Jensen
Sinopse: O videotape produzido pelos jovens foi encontrado e visto por milhões de pessoas nos cinemas de todo o planeta. O sucesso do filme anterior fez com que uma grande indústria de turismo fosse criada em torno de Burkittsville, Maryland, onde o vídeo foi rodado. Com isso, um empresário local criou a “Caça à Bruxa de Blair”, uma excursão em plena floresta em que os interessados em participar devem se inscrever pela internet. Entretanto, quando os primeiros turistas chegam ao local, fatos bizarros e assustadores começam a ocorrer de forma descontrolada.
Orçamento: US$15 milhões
Bilheteria mundial: US$47 milhões
Premiações: Vencedor do Framboesa de Ouro de pior refilmagem ou sequência. Indicado nas categorias pior filme, pior dupla, pior direção e pior roteiro.
Nota IMDb: 3,9/10
Nota Metacritic: 15/100
Nota Rotten Tomatoes: 15%
Nota Papo de Cinema: 2/5
O que nós achamos: “Uma ideia interessante, entretanto, não garante boa execução. Esta é uma das sequências mais odiadas do cinema e não são necessários muitos minutos de projeção para que se entenda o porquê”. Confira na íntegra a crítica de Marina Paulista.
The Blair Witch Project, EUA, 1999
Horror, 81 minutos
De Daniel Myrick, Eduardo Sánchez
Com Heather Donahue, Joshua Leonard, Michael C. Williams, Bob Griffin, Jim King, Sandra Sánchez, Ed Swanson, Patricia DeCou, Mark Mason, Jackie Hallex
Sinopse: Três estudantes viajam para uma cidade isolada na intenção de fazerem um documentário sobre a lenda urbana do local. Porém, a investigação logo os coloca em uma situação cada vez mais misteriosa sobre a veracidade do mito que ronda a floresta.
Orçamento: US$60 mil
Bilheteria mundial: US$248 milhões
Premiações: Selecionado para os festivais de Sundance e Cannes. Indicado ao Framboesa de Ouro de pior filme, e vencedor do prêmio de pior atriz (Heather Donahue).
Nota IMDb: 6,5/10
Nota Metacritic: 81/100
Nota Rotten Tomatoes: 87%
Nota Papo de Cinema: 4/5
O que nós achamos: “Por mais capenga que algumas sequências possam parecer, o grande mérito do filme e dos cineastas Eduardo Sánchez e Daniel Myrick foi criar atmosfera de terror sem mostrar praticamente nada. Inteligentes como são, os diretores sabiam que nada do que mostrassem seria mais assustador do que a imaginação dos espectadores”. Confira na íntegra a crítica de Rodrigo de Oliveira.
