Se há um herói das HQs que possui vasta gama de inimigos, este é o Homem-Aranha. São tantos, que a Sony Pictures (detentora dos direitos no cinema do personagem criado por Stan Lee), resolveu desenvolver uma franquia estrelada somente por esses antagonistas, sem a presença do Aranha, pelo menos num primeiro momento. O projeto começou a ser pensado em 2010, mas só encontrou brecha no final da década. Aproveitando a glória renovada do aracnídeo encarnado por Tom Holland, que estava bombando em aventuras do Universo Cinematográfico Marvel – num esquema de empréstimo de licenças entre Sony e Marvel – o gosmento simbionte alienígena deu o pontapé inicial ao Universo Homem-Aranha da Sony em Venom (2018). Estrelado por Tom Hardy, o resultado não poderia ser melhor para um filme protagonizado por um vilão popular apenas entre os mais aficcionados do gênero. A empreitada faturou US$ 856 milhões (sob orçamento de US$ 100 milhões) na venda de tickets ao redor do globo, e muito se deve ao auge dos blockbusters de super-heróis vividos no final dos anos 2010.
A sequência, Venom: Tempo de Carnificina (2021), lançada em período pandêmico (Covid-19), não foi tão abraçada pelo público. Mesmo assim, fez bilheteria suficiente para dar continuidade à série. No entanto, foi a partir de 2022 que as estruturas da saga começaram a balançar. Na temporada em questão, outro rival de Peter Parker chegou às telas em Morbius. Estrelado por Jared Leto, o título não só deixou a desejar comercialmente, como também desagradou grande parte dos fãs. A obra, inclusive, figurou em premiações que “comemoram” os piores de Hollywood. Dois anos depois, uma anti-heroína, com poderes psíquicos e de clarividência, ganhou espaço no projeto. Em Madame Teia (2024), Dakota Johnson interpreta Cassandra Webb, personagem que, nas HQs, auxilia o amigão da vizinhança em diversos momentos, mas também cruza seu caminho para confrontá-lo em algumas oportunidades. Entretanto, a aposta se saiu mal nas bilheterias, abalando de vez a franquia. Isso porque os números positivos dos dois primeiros longas eram os alicerces que garantiam a cinessérie de pé, já que a crítica especializada nunca a viu com bons olhos. Outros vilões ainda estão por vir e agregar mais filmes à saga, mas será que ela se manterá viva até a chegada do Homem-Aranha? Só nos resta aguardar para ver! Pois bem, depois desse breve relato, que tal conferir números, críticas e curiosidades sobre todas essas investidas? Siga o fio!
Madame Web, EUA, 2024
Ação/Aventura/Ficção Científica/HQs, 117 minutos
De S.J. Clarkson
Com Dakota Johnson, Sydney Sweeney, Isabela Merced, Emma Roberts, Tahar Rahim, Adam Scott
Sinopse: Paramédica ocupada na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, Cassandra Webb descobre que tem habilidades especiais. Diante de um confronto forçado com revelações de seu passado, ela forja uma aliança com três jovens.
Nota do Papo de Cinema: 3/10
Grade Crítica do Papo de Cinema (média): 31%
Nota do IMDb: 38%
Nota do Metacritic: 26%
Nota do Rotten Tomatoes: 13%
Orçamento: US$ 80 milhões
Bilheteria Mundial: US$ 77,7 milhões
O que nós achamos: “E quanto às cenas de ação? De tão mal orquestradas, elas confirmam o status de Madame Teia como um genuíno exemplar série B da Marvel, vide a utilização de computação gráfica (de baixa qualidade) em momentos capitais e até a ausência de uma noção do ridículo”. Confira na íntegra a crítica de Marcelo Muller
Morbius, EUA, 2022
Ação/Aventura/Ficção Científica/HQs, 108 minutos
De Daniel Espinosa
Com Jared Leto, Michael Keaton, Adria Arjona, Jared Harris, Matt Smith, Tyrese Gibson
Sinopse: Portador de uma rara doença sanguínea, Michael Morbius está determinado a salvar pessoas que tenham uma condição parecida. Depois de fazer uma aposta extrema, ele acaba sendo afetado por uma espécie de vampirismo.
Nota do Papo de Cinema: 3/10
Grade Crítica do Papo de Cinema (média): 28%
Nota do IMDb: 52%
Nota do Metacritic: 35%
Nota do Rotten Tomatoes: 15%
Premiações: Framboesa de Ouro (premiado como Pior Ator para Leto e Atriz Coadjuvante para Adria)
Orçamento: US$ 75 milhões
Bilheteria Mundial: US$ 167,4 milhões
O que nós achamos: “Nem dá para se indignar somente com a coadjuvante feminina sem subjetividade que serve de muleta ao protagonista homem. Isso porque há várias outros coadjuvantes nessa situação. Todos têm funções claras, mas nenhum é imprescindível”. Confira na íntegra a crítica de Marcelo Muller
Venom: Let There Be Carnage, EUA, 2021
Ação/Aventura/Ficção Científica/HQs, 90 minutos
De Andy Serkis
Com Tom Hardy, Woody Harrelson, Michelle Williams, Naomie Harris, Stephen Graham, J. K. Simmons, Tom Holland
Sinopse: Eddie e Venom são obrigados a se relacionar. O humano e o simbionte precisam aprender como viver juntos. Aos poucos, percebem que evidentemente são melhores juntos do que separados. E essa sintonia será posta à prova com a chegada de uma ameaça enorme chamada Carnificina.
Nota do Papo de Cinema: 1/10
Grade Crítica do Papo de Cinema (média): 17%
Nota do IMDb: 59%
Nota do Metacritic: 49%
Nota do Rotten Tomatoes: 57%
Orçamento: US$ 110 milhões
Bilheteria Mundial: US$ 506,8 milhões
O que nós achamos: “Entre os quatro atores principais desse projeto soma-se nada menos do que 9 indicações ao Oscar. Tal constatação serve para aumentar o constrangimento em relação ao que o filme exibe na tela”. Confira na íntegra a crítica de Robledo Milani
Venom, EUA, 2018
Ação/Aventura/Ficção Científica/HQs, 112 minutos
De Ruben Fleischer
Com Tom Hardy, Michelle Williams, Woody Harrelson, Riz Ahmed, Jenny Slate, Stan Lee
Sinopse: Eddie Brock é um jornalista que investiga o misterioso trabalho de um cientista suspeito de utilizar cobaias humanas em experimentos mortais. Quando entra em contato com um simbionte alienígena, Eddie se torna Venom, uma máquina de matar incontrolável, que nem ele pode conter.
Nota do Papo de Cinema: 5/10
Grade Crítica do Papo de Cinema (média): 36%
Nota do IMDb: 66%
Nota do Metacritic: 35%
Nota do Rotten Tomatoes: 30%
Premiações: MTV Movie + TV Awards (indicado a Melhor Beijo para Hardy e Michelle)
Orçamento: US$ 100 milhões
Bilheteria Mundial: US$ 856 milhões
O que nós achamos: “A direção de Ruben Fleischer não traz nenhuma inovação, mas também não compromete. E vale ressaltar: a química de Hardy com Williams (aliado à simpatia natural da dupla) é crucial para não colocar a produção abaixo da média”. Confira na íntegra a crítica de Matheus Bonez