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TOP 10 :: Os Filmes Mais Aguardados de 2025

Publicado por
Marcelo Müller

O ano de 2025 chegou e com ele a promessa de uma temporada feita de grandes filmes nos cinemas e streamings. Entre franquias que devem ser continuadas, possíveis surpresas e projetos que não têm ainda a certeza de chegar às telonas e telinhas neste ano, o Papo de Cinema já tem uma lista de boas sugestões para você. O Top 10 abaixo contempla produções às quais já assistimos em festivais e/ou cabines de imprensa e que recomendados fortemente você manter no radar. Na lista abaixo temos vencedores de prêmios importantes, destaques brasileiros que prometem nos deixar ainda mais orgulhosos do nosso cinema e obras que certamente devem figurar na lista do Oscar 2025.

E quer saber o que é melhor? Temos críticas sobre todos esses filmes. É o Papo de Cinema desejando um Feliz 2025 para todos os seus leitores com uma lista para lá de especial de produções aguardadíssimas do ano que está apenas começando. Bora conferir? Vale lembrar que os filmes estão em ordem de previsão de estreia comercial por aqui (as datas podem ser alteradas pelas distribuidoras).

Babygirl (estreia nos cinemas em 09/01)
“Tem bom ritmo e vale pelas propostas. Somos presos nessa teia de seduções e fetiches, testemunhando a implosão interna de uma mulher que se sente prisioneira de si porque a exposição de suas fantasias sexuais pode estigmatiza-la. Sendo uma empresária bem-sucedida, ela sabe que não pode misturar as coisas, sob a pena de perder o império que construiu emulando uma dureza masculina. Nicole Kidman está muito bem, mas talvez seu reconhecimento na temporada de premiações (inclusive com algum favoritismo ao Oscar 2025) seja um tantinho desproposital. A não ser que admiremos incondicionalmente, como ato de coragem artística, a simulação do sexo e a nudez“.
:: Confira na íntegra a crítica de Marcelo Müller ::
PODCAST #174 :: Babygirl


A Semente do Fruto Sagrado (estreia nos cinemas em 09/01)
“Embora tenha quase três horas de duração, é um filme tão bem desenvolvido que dificilmente temos qualquer impulso de olhar no relógio para conferir quantos minutos se passaram desde o começo. Atrelando a crescente paranoia de Iman quanto à fragilidade de sua posição, sobretudo diante do avanço dos revoltosos, à também gradativa tomada de consciência das garotas sobre uma realidade maquiada, Mohammad Rasoulof cria uma trama envolvente. E ela ganha contornos labirínticos à medida que público e privado são mesclados pelas tensões políticas no país. O realizador utiliza a realidade como dispositivo de esclarecimento para as herdeiras desse burocrata carreirista, assim denunciando a distância que existe entre os discursos oficial e verdadeiro”.
:: Confira na íntegra a crítica de Marcelo Müller ::

Baby (estreia nos cinemas em 09/01)
É muito menos tórrido do que se poderia imaginar. A relação entre Ronaldo e Baby é complexa, ora adquirindo sintomas de dinâmica entre pai e filho, ora descambando para uma parceria de negócios que envolve sexo e pontuais confusões de sentimentos. Marcelo Caetano filma o erotismo mais como uma força necessária do que necessariamente enquanto uma potência transgressora. As cenas de relações sexuais são muito elegantes, sugestivas e tendem a não causar escândalo até mesmo se contempladas por uma plateia mais conservadora – se bem que essa fatia do público se horroriza com qualquer manifestação de desejo sexual. Ainda no paralelo com o cinema de Rainer Werner FassbinderCaetano se aproxima do falecido colega alemão no quesito melancolia, sobretudo ao extrair de certas situações um dado desolador”.
:: Confira na íntegra a crítica de Marcelo Müller ::

Maria Callas (estreia nos cinemas em 16/01)
“Capítulo final de uma trilogia sobre grandes mulheres, talvez seja o mais irregular destas três abordagens, por alternar passagens constrangedoras (como a de abertura, descrita acima, ou outras tantas, como se verá a seguir) com instantes de puro brilho, muito na conta de sua protagonista. Se a trama abre já com a ciência de sua morte, a decisão de voltar uma semana no tempo deveria se mostrar uma busca por entendimento que levasse até o trágico desfecho anunciado. Por mais que alguns recursos sejam interessantes para esse processo – o uso de uma entrevista que pode ou não ser fruto de sua imaginação é um destes acertos – estes dão a impressão de nunca terem seus potenciais explorados na totalidade. É um meio percurso, que promete uma caminhada curiosa, mas que falha em chegar ao fim”.
:: Confira na íntegra a crítica de Robledo Milani ::


Anora
(estreia nos cinemas em 23/01)
“Vencedor da Palma de Ouro (o prêmio principal) no Festival de Cannes 2024,
é um filme vibrante repleto de corpos desnudos fotografados com lascívia em tons de azul e vermelho. Sean Baker cria todo um cenário para desconfiarmos dessa felicidade compartilhada entre o herdeiro de um império econômico e a prostituta de quem pouco sabemos. O realizador mantém o suspense sobre uma possível guinada negativa nesse conto de fadas. Quando Ani conhecerá a verdade sobre o playboyzinho mimado que, supomos, deve ter alguns esqueletos no armário? Em que parte da história as férias no paraíso vão se transformar numa visita ao inferno? Vai durar muito tempo a sincronicidade sexual ou em determinado ponto Ivan vai mostrar uma agressividade adormecida?”.
:: Confira na íntegra a crítica de Marcelo Müller ::

Conclave (estreia nos cinemas em 23/01)
“É aquele tipo de filme que costumeiramente denominamos de cinemão. Visualmente bonito, bem filmado, com interpretações fortes e mensagens claras. Dirigido pelo alemão Edward Berger, o mesmo da nova versão de Nada de Novo no Front (2022), ele é feito muito mais de gestos enfáticos do que de subentendidos. Suas pautas e observações estão disponíveis na superfície, ou seja, não é preciso mergulhar em metáforas ou afins para compreender sobre o que a trama fala, pois ela discute tudo abertamente. No entanto, isso não quer dizer que a produção seja banal. Por exemplo, em vez de colocar na boca de um dos personagens a natureza política do conclave e até um desrespeito pelo fator humano, o cineasta mostra uma espécie de descarte rápido do cadáver do Papa recém-morto”.
:: Confira na íntegra a crítica de Marcelo Müller ::

Kasa Branca (estreia nos cinemas em 23/01)
“É um filme bonito que celebra os vínculos e as ações essenciais para o senso de comunidade na periferia. Engraçado e dramático em doses bem equilibradas, o longa-metragem ainda tem coadjuvantes bastante consistentes, como a mãe solo Talita (Gi Fernandes). Apesar das dificuldades para criar a filha pequena, ela sonha em prevalecer por meio de seu talento musical. Trata-se de uma personagem secundária com várias camadas, também ocupando o lugar de interesse amoroso de um dos protagonistas. Luciano Vidigal cria um grupo de pessoas que sobrevive por conta do amparo que umas oferecem às outras. Nesse ecossistema carinhoso, o importante é festejar as vitórias do outro e estar presente quando alguém precisar”.
:: Confira na íntegra a crítica de Marcelo Müller ::

Emilia Perez (estreia nos cinemas em 06/02)
Jacques Audiard vem demonstrando uma versatilidade impressionante nos últimos anos. Por exemplo, seus dois trabalhos mais recentes não poderiam ser mais distantes. Paris, 13º Distrito (2021) é um belo filme que retrata em preto e branco, de modo realista, a juventude em constante crise existencial. Agora ele toma o caminho oposto, observando de modo estilizado pessoas de uma (ou duas) geração anterior que seguem lutando para encontrar o seu lugar no mundo. As coadjuvantes personagens não são psicologicamente profundas, sobretudo a pragmática Rita e a passiva Jessi, pois o longa­-metragem privilegia as circunstâncias, as cirandas amorosas, os desejos e frustrações se chocando numa história que chega à definição de Emília como a protagonista sem deixar outras candidatas ao posto como meras subalternas”.
:: Confira na íntegra a crítica de Marcelo Müller ::

Manas (ainda sem data de estreia prevista)
É um filme-denúncia na medida em que escancara em termos ficcionais uma realidade angustiante. Numa terra onde homens estupram as suas filhas, as mães e demais mulheres da região geralmente são confinadas (pela tradição) a um lugar de resignação. Até porque muitas delas foram vítimas acolhidas por homens que as teriam tirado de uma situação dramática, quando na verdade elas foram apenas realocadas dentro de um ciclo esfomeado de selvageria. Por isso a mãe interpretada por Fátima Macedo é tão complexa. Ela oscila de cúmplice à vítima em questão de segundos. Já o sempre excelente Rômulo Braga dá corpo a um homem superficialmente brando, mas que repete a violência de gênero como se isso fosse o seu direito adquirido enquanto chefe de família”.
:: Confira na íntegra a crítica de Marcelo Müller ::

Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia (ainda sem data de estreia prevista)
É também resultado de uma demonstração de habilidade e coesão do seu diretor e roteirista, tão preciso no que inclui, como naquilo que opta por deixar de lado – tal qual seu protagonista na ficção. Não apenas uma aula sobre como fazer televisão ao vivo, tem-se aqui um testemunho a respeito da história do entretenimento, como permitir que a genialidade encontre espaço em meio ao caos e do quão pouco o brilho de verdade necessita para que se manifeste em todo o seu potencial – quando o mesmo encontra condições para tanto.  Entre composições surpreendentes (Cory Michael Smith recria Chevy Chase como talvez nem o próprio pudesse imaginar ser possível) e desempenhos que apenas comprovam uma reputação que precede qualquer expectativa (Willem Dafoe está um assombro, percorrendo uma tênue linha que coloca a ameaça e a aprovação mais próximas do que nunca)”.
:: Confira na íntegra a crítica de Robledo Milani ::


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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.