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Top 10 :: Animações da DreamWorks

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Quando se fala em animação, logo vem à cabeça dois nomes: Disney e Pixar. Se até o final dos anos 1990 era o estúdio do Mickey que dominava o gênero, em seguida foi a ver  da produtora que logo seria assimilada pelos mesmos, se tornando praticamente imbatível. Porém, com o advento das animações computadorizadas na mesma época, surgiu a DreamWorks, que também soube utilizar as animações como seu carro-chefe de domínio no mercado. Hoje em é praticamente impossível passar um ano sem, ao menos, uma produção do estúdio. Agora chega aos cinemas Cada um na sua Casa, a nova investida da DreamWorks. Por isto a equipe do Papo de Cinema resolveu se reunir para lembrar quais são suas dez melhores animações. Será que a sua favorita está aqui? Confira!

 

O Príncipe do Egito (The Prince of Egypt, 1998)
A versão ilustrada da DreamWorks para a história de Moisés se mantém fiel à Bíblia, mas é repleta de elementos tradicionais de animações numa cativante narrativa equilibrada entre drama, comédia e aventura. Com um elenco de vozes que inclui Ralph Fiennes, Sandra Bullock e Helen Mirren, O Príncipe do Egito reconstrói a clássica história do egípcio que descobre sua identidade como Hebreu e seu destino como o libertador de seu povo. Visualmente impressionante, o filme possui sequências que emulam o melhor do cinema, como na corrida de bigas e a divisão do Mar Vermelho, evidentemente inspiradas pelo estilo de ação característico de David Lean – algo que a Disney apresentou no mesmo ano com Mulan (1998). O Príncipe do Egito talvez não seja uma animação muito encantadora para crianças, uma vez que passagens como a praga da “morte do primeiro nascido” é fúnebre até mesmo para adultos, assim como o uso da violência por Deus para defender os egípcios – porém estas e outras sequências são lindamente realizadas. O resultado é um espetáculo de proporções épicas e espetaculares, concebido à altura do ícone que apresenta e embalada por músicas marcantes, como a vencedora do Oscar de Melhor Canção, When You Believe. – por Conrado Heoli

 

FormiguinhaZ (AntZ, 1998)
FormiguinhaZ foi a primeira animação lançada pela Dreamworks Animations, em uma época em que diversos estúdios engatinhavam quando o assunto era computação gráfica. O mundo havia ficado boquiaberto com o arrojo de Toy Story (1995), da Pixar, e o estúdio capitaneado por Steven Spielberg, Jeffrey Katzenberg e David Geffen não poderia ficar atrás. Curiosamente, Formiguinhaz tem muitas similaridades com o segundo longa-metragem da Pixar, Vida de Inseto, ambos tendo sido lançados em 1998. O trabalho da Dreamworks, no entanto, tem um teor um pouco mais adulto do que sua produção gêmea da Disney e um elenco de vozes muito mais robusto. Para começar, quem dá a voz ao herói da história, a neurótica formiga Z, é Woody Allen, em uma rara incursão na dublagem. Gene Hackman, Anne Bancroft, Sharon Stone, Sylvester Stallone, Dan Aykroyd, Jennifer Lopez e Christopher Walken completam o graúdo elenco de vozes da animação, que conta a história de uma sonhadora formiga que deseja se livrar das amarras da sociedade do formigueiro. Nesta jornada, ele conhece a princesa da sua comunidade e, apaixonado, se infiltra no exército para se aproximar da moça. Esse caminho, no entanto, pode levá-lo à guerra. Graficamente falando, Formiguinhaz deixa muito a desejar perto dos filmes da Pixar ou de animações posteriores da própria Dreamworks. Mas em matéria de roteiro e de talentos vocais, esta primeira incursão do estúdio no mundo das animações consegue ser muito mais do que apenas uma experiência, se transformando em uma produção de alto nível. – por Rodrigo de Oliveira

 

A Fuga das Galinhas (Chicken Run, 1999)
Peter Lord e Nick Park são dois gênios da “animação de massinha”, ou utilizando o termo técnico, stop motion. Os ingleses já tinham grande experiência com curtas do gênero, mas sua primeira investida em longas-metragens foi uma das mais acertadas, não só daquele ano, como a de muito tempo no mundo das animações. Na história, genial por si, a galinha Ginger quer comandar uma rebelião em um galinheiro e fugir dos maléficos donos que querem fazer torta de frango em série. A ajuda parece vir dos céus com Rocky, um galo voador. O que ninguém sabe é que ele só “voa” em um espetáculo com a ajuda de um canhão. Além do perfeito trabalho dos animadores, A Fuga das Galinhas  tem tudo aquilo que qualquer filme cinco estrelas ousa ter: um roteiro e direção brilhantes. E é o que se vê na decupagem do material em takes pouco usuais no gênero, além de diálogos e personagens extremamente engraçados e num timing mais do que perfeito. Entre seus vários prêmios, as indicações de Melhor Comédia ou Musical no Globo de Ouro e Melhor Filme Britânico no Bafta, concorrendo com gente de carne. Anos depois, os criadores ganhariam o Oscar de Melhor Animação por outra produção do estúdio, Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais (2005). Na verdade, o grande premiado é o público, que até hoje se diverte com as galinhas mais engraçadas da história do cinema. – por Matheus Bonez

 

Shrek (2001)
É impossível falar em DreamWorks e não mencionar a série Shrek. Pra começar, dos mais de trinta lançamentos animados da produtora, os com maiores bilheterias são os do ogro verde – o segundo, por exemplo, chegou perto de US$ 1 bilhão em todo o mundo! Mas o segredo não está apenas na popularidade dos personagens, mas também nas tramas bem construídas – este capítulo de estreia ganhou o primeiro Oscar de Melhor Animação em Longa-metragem, além de ter concorrido a Melhor Roteiro Adaptado. A subversão dos clássicos contos de fada, com tipos que não se esforçam para serem simpáticos e que agradam justamente pelo politicamente incorreto caiu em cheio no gosto do espectador, que ficou encantado ao ver que o herói da história poderia ser o monstro do pântano, que a mocinha sabia se defender sozinha, que o assustador dragão na verdade era uma fêmea apaixonada pelo burro tagarela e que muitas outras surpresas estavam reservadas para estes novos fãs. Como resultado, três sequências foram produzidas, além de um spin-off. Sem falar que tanto Mike Myers quanto Cameron Diaz e Eddie Murphy, os dubladores originais, conseguiram aqui o filme mais bem sucedido de suas carreiras. Ou seja, foi um primeiro passo com o pé direito! – por Robledo Milani

 

Madagascar (2005)
Uma das missões mais complicadas para a franquia Madagascar, iniciada em 2005, era entrar e se firmar no universo dominado pela Disney por anos e, depois, ocupado pela Pixar, que acabou comprada pelo estúdio do Mickey. Mas os US$ 533 milhões (mundo) arrecadados com o primeiro título (2005), US$ 604 milhões com o segundo (2008), US$ 747 milhões com o terceiro (2014) e os “filhotes”, como série para a TV e um longa exclusivo, com os impagáveis Pinguins de Madagascar (2014) e seus US$ 370 milhões, comprovam o êxito. Assim, mesmo com uma parcela do público e da crítica torcendo o nariz pela falta de um roteiro cativante, diferencial das histórias de Woody, Buzz Lightyear, Nemo e até do conterrâneo Shrek, a turma encabeçada por Alex, Marty, Melman e Gloria conquistou seu espaço. E a produção foi melhorando os efeitos, ganhando mais corpo e sem perder o traço diferenciado (mais econômico nas curvas) desses animais, que travam diálogos inspirados e protagonizam sequências hilárias, pra falar de amizade, solidariedade, crise de identidade e, claro, preocupações ecológicas. Completam o cardápio uma boa trilha sonora e muitas citações, como ironias para cima das leis trabalhistas francesas ou a eterna “guerra fria” entre Estados Unidos e Rússia.  – por Roberto Cunha

 

Os Sem-Floresta (Over the Hedge, 2006)
Uma das mais engraçadas animações do estúdio, Os Sem Floresta conta a história do guaxinim RJ. Endividado com um perigoso urso, o trambiqueiro acaba encontrando uma família de animais silvestres que, após acordarem da hibernação, encontram o seu habitat restrito a alguns metros quadrados devido a construção de um enorme condomínio de casas. Deslumbrados com a suposta sabedoria de RJ, o grupo logo aceita ajudá-lo a juntar os itens que deve ao vilão antes que o prazo se acabe. Daí desenrolam-se as mais absurdas situações em uma comédia de erros que vai ganhando proporções cada vez maiores e mais tensas conforme os obstáculos – como um excêntrico caçador de animais – entram em cena. Criativo em sua estrutura, que por mais que siga a linha previsível do mentiroso prestes a ser descoberto, ainda consegue dissolvê-la no bom ritmo com que avança, o filme ainda apresenta uma pá de figuras carismáticas dubladas por atores e personalidades como Steve Carell, Avril Lavigne e Alfred Molina. Protagonistas de sequências hilárias como a da perseguição que envolve um cachorro, a tensa invasão de uma casa bem guardada e as consequências de se dar refrigerante para um esquilo hiperativo, um a um os diversificados personagens ganham seu espaço para brilhar. E quando o filme se encerra, é reconfortante saber distinguir cada um deles e perceber que todos tem a mesma relevância para a trama.  Coeso, ágil e estupidamente divertido, não há dúvidas de que o longa aqui é um dos grandes acertos da Dreamworks. – por Yuri Correa

 

Kung Fu Panda (2008)
Não tinha como dar errado. Um panda, gordinho e desajeitado, filho de um ganso (!!!) está predestinado a ser “O Escolhido” e se juntar aos Cinco Furiosos, os combatentes da paz da China, para deter o leopardo Tai Long. Histórias de superação são a principal arma de qualquer animação que se preze. Afinal, quem não quer ser aquilo que, aparentemente, está fora de seu alcance? Kung Fu Panda brinca com os quilos a mais de seu protagonista, Po, de forma que pode até parecer pejorativa muitas vezes (não à toa seu dublador é Jack Black, um dos gordinhos mais queridos de Hollywood), mas mostra que o preconceito pode ser combatido das mais variadas formas. Neste caso, hilária. O longa é diversão do começo ao fim com suas piadas nonsense, além de conter muita ação em sequências que desafiam qualquer filme live action em sua excelência. Com personagens bem construídos e desenvolvidos, o filme é um dos melhores da Dreamworks e também uma de suas maiores bilheterias. Não à toa rendeu uma sequência bem sucedida em 2011, curtas para a televisão e uma terceira parte que deve “fechar a trilogia” nos cinemas. Everybody is kung fu fighting! Uh! – por Matheus Bonez

 

Como Treinar o seu Dragão (How to Train Your Dragon, 2010)
Desde que a Pixar sacudiu o mercado das animações, mostrando, entre outras coisas, que ainda havia um público ávido por consumir esse tipo de cinema, surgiram vários interessados em surfar na onda. E, felizmente, muitos acabaram produzindo filmes tão bons quanto os da turma de John Lasseter.  Como Treinar o seu Dragão, um dos expoentes da Dreamworks, possui excelência técnica e originalidade, marcas registradas das aventuras do jovem Soluço, ele que revoluciona seu povoado em virtude da insólita amizade com um dragão, criatura até então arqui-inimiga dos vikings. Há, por exemplo, uma abordagem bastante interessante da deficiência, já que tanto o protagonista quanto seu amigo dragão possuem limitações físicas. Inserido naquele filão “para adultos e crianças”, o filme tem ação, drama, comédia, tudo milimetricamente calculado dentro de uma narrativa que flui buscando constantemente a diversão da plateia. Sua continuação, Como Treinar o seu Dragão 2 (2014), é ainda melhor, pois aprofunda o passado dos personagens principais na medida em que traça um novo perfil daquela sociedade agora completamente integrada com os dragões. Solidificada, então, como franquia, a menina dos olhos da Dreamworks tem tudo para render mais sequências. Ainda bem. – por Marcelo Müller

 

A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians, 2012)
Vibrante, divertido e incrivelmente animado, A Origem dos Guardiões talvez não tenha atingido a repercussão merecida – entre as bilheterias da DreamWorks, ocupa 22ª posição de 31 filmes e sequer pagou seu custo de produção nos cinemas norte-americanos. Ainda assim, a história do quinteto altruísta com a missão de proteger as crianças, formado por Papai Noel, Coelho da Páscoa, Sandman, Fada do Dente e Jack Frost, é das mais empolgantes e comoventes obras produzidas pelo estúdio. Reunidos para combater o maléfico Breu (o Bicho Papão, numa tradução equivocada), o grupo de improváveis heróis protagoniza uma trama com aventura e comédia para todas as idades, neste que é inegavelmente um dos melhores lançamentos da DreamWorks nos últimos cinco anos. Dirigido pelo estreante Peter Ramsey, que evidencia seu olhar perfeccionista e incrível domínio sobre o uso do 3D, a animação revela técnicas impressionantes e extremamente realistas para compor os menores detalhes, como a neve, a água e até mesmo o vapor da respiração de seus personagens, que se tornam evidentemente grandiloquentes nas muitas sequências de ação do filme. A Origem dos Guardiões é um deslumbre visual de narrativa assertiva, protagonizado por reinvenções de clássicos personagens numa roupagem contemporânea, cômica e fascinante.  – por Conrado Heoli

 

As Aventuras de Peabody & Sherman (Mr. Peabody and Sherman, 2014)
Levando para a telona personagens que ficaram conhecidos pelo público na década de 1960, graças ao programa de TV The Rocky and Bullwinkle Show, As Aventuras de Peabody & Sherman ignora uma série de lógicas temporais com o único propósito de entreter. E se sai admiravelmente bem nessa tarefa. Aqui, somos apresentados aos personagens-título, o cão superdotado Sr. Peabody e seu filho humano Sherman, que usam uma máquina do tempo para explorar as épocas que quiserem, conhecendo várias figuras históricas e causando uma série de confusões no processo. Colocando os protagonistas na Revolução Francesa, na Guerra de Troia e até mesmo batendo um papo com seu velho amigo Leonardo Da Vinci, o filme diverte ao tratar a viagem no tempo sem tanta complexidade como normalmente se espera, parecendo de vez em quando uma simples ida à outra cidade. Dentro do que o filme se propõe a fazer, isso funciona e, somado ao grande carisma dos personagens, acaba resultando em uma animação cativante e que entretém o espectador do início ao fim. – por Thomás Boeira

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