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Quem é o melhor amigo do homem? Durante o curso de uma vida muitas serão as amizades travadas, porém nenhuma deverá ser tão fiel e verdadeira como aquela com seu cão de estimação. Essa verdade já esteve presente várias vezes na tela do cinema, e o universo da ficção não se cansa em ressaltar essa importante união. Tanto que mais uma dupla inseparável está de volta em Snoopy & Charlie Brown: Peanuts – O Filme, com o charmoso beagle branco e seu azarado dono invadindo o mundo da animação digital em 3D, com muito estilo e propriedade – ainda que não tenham chegado ao Oscar, ficaram entre os finalistas de Melhor Longa de Animação do ano no Globo de Ouro e no Critics Choice Award. Pensando nessa oportunidade, fomos atrás de outros grandes sucessos, sejam desenhos animados ou não, que mostram como um cão pode ser fonte inesgotável de alegria, diversão, companheirismo e muitas confusões. Confira nossos exemplos, vá atrás dos filmes que você ainda não assistiu e… celebre junto com a gente essas incríveis parcerias!

 

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A Dama e o Vagabundo (Lady and the Tramp, 1955)
Uma elegante senhora da alta sociedade se encanta pelo jeito descolado e espertalhão do malandro que vive nas ruas. Tal enredo não chegava a ser uma novidade nos anos 1950, e como provou nas décadas seguintes, gerou quase um subgênero dentro das comédias românticas, em que opostos se atraem sem os ares trágicos de Romeu & Julieta. Porém, o grande toque de genialidade de Walt Disney foi fazer dessa história um desenho animado, e ainda por cima protagonizado por dois… cachorros! A Dama e uma Cocker Spaniel muito refinada, educada e de fino trato, enquanto que o Vagabundo é um vira-lata que leva a vida revirando latas de lixo e se metendo em confusões. Não que fosse a primeira vez que Disney teria recorrido ao universo animal em suas produções, porém o sucesso de títulos como Dumbo (1941) e Bambi (1942) mostravam que o caminho estava certo. E se com criaturas selvagens da floresta e dos circos a aceitação havia sido imensa, imagina agora, com o fiel companheiro do homem sob os holofotes? O resultado foi tão empolgante que logo o estúdio voltou a recorrer aos amigos caninos, em mais um grande acerto: 101 Dálmatas (1961)! – por Robledo Milani

 

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101 Dálmatas (One Hundred and One Dalmatians, 1961)
Uma das coisas que mais comove o ser humano em um personagem fictício é a vulnerabilidade, ou seja, figuras em situações difíceis, fragilizadas, etc, possuem uma facilidade maior para conquistarem a torcida do público, não importando o seu caráter. É por um instinto parecido que animais despertam tamanha compaixão, afinal, o que podem fazer tão inocentes bichinhos contra tamanha crueldade humana? E “cruel” é o nome da vilania aqui em ação, personificada em Cruella De Vil, que esconde sob o volumoso casaco de peles, que a deixa imponente e monstruosa, uma figura esquelética e fraca, imagem que exemplifica muito bem o cerne da vilã. Em contrapartida, se normalmente basta que apenas um cachorrinho entre em cena perseguido por uma antagonista dessas para que imediatamente passemos a torcer furiosamente pelo animalzinho, aqui temos nada menos do que uma centena deles – e mais um. Capturados por Cruella para serem transformados em mais um de seus casacos, os filhotes de Pongo e Perdita descobrem não serem os únicos filhotinhos a terem sido raptados e juntam toda a leva de pequenos cãezinhos para escapar. Não sem a ajuda de uma improvável turma de outros animais.  – por Yuri Correa

 

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Snoopy, Volte para Casa (Snoopy Come Home, 1972)
Muito antes de Snoopy & Charlie Brown: Peanuts – O Filme, os clássicos personagens criados por Charles M. Schulz nos anos 1950 já haviam participado de várias produções para o cinema e a televisão como Charlie Brown e Snoopy (1968),  Corra por Sua Vida, Charlie Brown (1977) e Boa Viagem, Charlie Brown (1983). Este título mais específico, o segundo a ser produzido, é um dos mais emblemáticos justamente por imaginar a turminha sem seu beagle favorito. Snoopy recebe a carta de uma menina chamada Lila para visitá-la no hospital e parte sem deixar vestígios para seus amigos. Enquanto Minduim (como Charlie Brown sempre é chamado por aqui) e companhia ficam ensandecidos tentando descobrir por onde anda o cãozinho, Snoopy começa a se irritar em sua jornada quando descobre que a maioria dos lugares não permite a entrada de animais. A situação ainda piora quando ele é capturado por uma garotinha maluca (que parece um molde da Felícia de Tiny Toons em sua psicologia nada saudável). Com a trilha jazz clássica de Vince Guaraldi, a animação é simples em seus traços, mas divertida ao extremo e emocionante em todos os aspectos sobre a natureza humana, como Schulz adorava imprimir nestes adoráveis personagens. – por Matheus Bonez

 

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Cujo (1983)
A ideia de que o cachorro é o melhor amigo do homem é propagada desde antes da modernidade se tornar uma era.  É debochando disso que o mestre do terror Stephen King produziu este texto com a história de um cão que, ao ser atacado por morcegos, acaba sendo vítima de uma doença raivosa que o faz atacar os membros da família Camber. A direção que Lewis Teague emprega na adaptação soa curiosa por se aproximar demais de seu filme anterior, Alligator: O Jacaré Gigante (1980), outro clássico do cinema de terror trash. Cujo serve como a mesma força da natureza vista em Alligator, ainda que a corrupção de seu caráter animalesco capture nuances ainda maiores do que a do filme anterior de Teague. O terror presente na figura do São Bernardo rivaliza com o abandono familiar que o os Camber fazem ao seu filho, Brett (Billy Jayne), fator que ajuda a colocar Cujo em uma categoria de humor negro também, especialmente se comparar o monstro da película com o protagonista de Beethoven: O Magnífico (1992), lançado anos depois, e claro, sem todo o sangue que banhava os vastos pelos do São Bernardo, pervertido em uma figura assassina em uma das mais doentias histórias de King. – por Filipe Pereira

 

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K-9: Um Policial Bom pra Cachorro (K-9, 1989)
No final dos anos 80, os produtores de Hollywood já buscavam novas ideias para revitalizar a rentável fórmula dos buddy cop movies, e uma das saídas encontradas foi a de utilizar uma figura canina para formar a dupla com o herói protagonista. Um dos longas que iniciaram esta nova onda de filmes com cachorros foi esta comédia policial dirigida por Rod Daniel e lançada pouco antes de outro filme similar, Uma Dupla Quase Perfeita, com Tom Hanks. A trama é bastante convencional, acompanhando o detetive boa vida Michael Dooley (James Belushi) envolvido na caça a um traficante que tentou matá-lo e que recebe a ajuda do pastor alemão Jerry Lee, o melhor cão farejador de drogas da polícia. Investindo em cenas de ação competentes e no humor gerado pela convivência entre Dooley e seu novo parceiro, o filme consegue ser um bom passatempo, valorizado pelo carisma do cão Jerry Lee e de Belushi, que ainda desfrutava da fama antes de ficar esquecido na década seguinte. Elementos suficientes para garantir o sucesso nas bilheterias e gerar cópias como Top Dog: Uma Dupla Animal (1995), com Chuck Norris. Anos mais tarde, o longa ainda ganharia duas continuações feitas para o mercado de vídeo. – por Leonardo Ribeiro

 

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Uma Dupla Quase Perfeita (Turner & Hooch, 1989)
Existem produções que foram exibidas à exaustão na Sessão da Tarde global. E dois “filmes de cachorro” se sobressaíram na década de 1990, ambos com histórias policiais misturadas à tramas caninas, realizados no mesmo ano de 1989: K-9: Um Policial Bom pra Cachorro e Uma Dupla Quase Perfeita. Este último acompanha a trajetória do policial correto e extremamente organizado que decide abrigar na sua casa um cachorro, testemunha ocular do assassinato do seu antigo dono. O problema é que o cão não se dá bem naquele ambiente fechado – e tem sérias dificuldades em manter a baba dentro da boca. Com o passar do tempo, as rusgas entre o homem e o cão vão se esvaindo e uma grande amizade surge. Não sem antes o cachorro destruir a casa do policial. Tom Hanks, recém saído do sucesso Quero Ser Grande (1988), do qual foi indicado ao Oscar, parece confortável como o protagonista, ainda que a escolha em protagonizar uma produção dessas logo depois de uma lembrança da Academia não fosse o melhor caminho. Com trama divertida e um cachorro adorável, o longa dirigido por Roger Spottiswoode é um entretenimento leve para fãs. Tanto de Hanks quanto dos atores caninos. – por Rodrigo de Oliveira

 

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Beethoven: O Magnífico (Beethoven, 1992)
O nome do roteirista Edmond Dantes pode não dizer muita coisa para a grande maioria do público. E foi exatamente isso que queria a pessoa por trás deste pseudônimo, o papa do cinema adolescente dos anos 1980 John Hughes, que costumava usar esta alcunha para trabalhos não tão especiais. Um exagero, visto que este filme tem seus predicados. Na história, uma família de classe média americana adota o filhote de um São Bernardo, mesmo contra a vontade do patriarca, o ranzinza George (Charles Grodin). Ao passo que o cachorro cresce, a bagunça que ele faz na casa aumenta exponencialmente, assim como a paciência de George se esvai. Quando um veterinário sem escrúpulos planeja sequestrar Beethoven para planos malignos, tudo tende a mudar. Com bom elenco, o filme conta ainda com Oliver Platt, Stanley Tucci, Bonnie Hunt e David Duchovny, mas em registros exagerados para atender a plateia mais infantil. O que chama atenção, no entanto, é a simpatia do cachorro protagonista, que consegue segurar o público durante toda a trama. Típico filme família, o longa-metragem fez tanto sucesso que gerou seis continuações, a maioria lançada diretamente em home vídeo. E sempre com Edmond Dantes citado como criador dos personagens. – por Rodrigo de Oliveira

 

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Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais (The Curse of the Were-Rabbit, 2005)
Quando A Fuga das Galinhas (2000) foi lançado, a categoria de Melhor Animação ainda não existia no Oscar. O filme em stop motion, à base de massinha de modelar e argila, foi um sucesso estrondoso de público e crítica, o que levou a produção a entrar nas listas de melhores do ano da época. Meia década mais tarde, seus criadores resolveram dar vida em longa-metragem a outros de seus personagens clássicos que já haviam recebido a estatueta dourada com o curta Wallace & Gromit: Calças Trocadas (1993). E não é que o feito deu mais do que certo? Além de faturarem o Oscar novamente, a dupla de inventores só causou diversão por onde passou. Na história, os dois sem querer acabam criando um Frankenstein em versão coelhão. O pior de tudo é que os bichos, loucos por vegetais, começam a atacar as casas de todos os moradores, que estão se preparando para a Batalha dos Vegetais, um evento anual que movimenta a pequena vila. Resta aos protagonistas salvarem tudo. Wallace pode ser o grande inventor, mas é Gromit, seu cão-assistente, que sem falar nada causa risos no público com sua inteligência (mais apurada que a de seu parceiro) e suas caras e bocas. Diversão que encanta pequenos e adultos com um roteiro inteligente e que, ainda por cima, faz referência a outros clássicos do cinema. A vontade que dá é de mais aventuras com estes dois personagens tão cheios de simpatia. – por Matheus Bonez

 

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Marley & Eu (Marley & Me, 2008)
O sucesso do livro que deu origem a esse filme talvez seja uma prova do quanto os cachorros podem ser adorados pelos seres humanos. E não demorou muito até que o cinema resolvesse olhar para a obra de John Grogan. A história conta a experiência do autor (aqui interpretado por Owen Wilson) e sua família com o labrador Marley, inicialmente adotado para que o jornalista e a esposa, Jenny (Jennifer Aniston), se acostumassem com a ideia de serem pais antes de terem seus filhos. O que o casal não esperava era que o cachorro pudesse ser tão caótico, destruindo tudo o que vê pela frente. É um longa que consegue fazer com que simpatizemos com seus personagens, que crescem com naturalidade ao longo dos anos retratados na história, e pontualmente busca divertir com os desastres causados pelo verdadeiro protagonista, sendo moderadamente bem sucedido nesse aspecto. Mas mesmo que o cachorro seja responsável por grandes bagunças, nada disso o impede de conquistar o amor de seus donos, e acompanhar esse desenrolar é o que torna o terceiro ato tão eficiente do ponto de vista dramático. Assim, este facilmente se torna um daqueles títulos que fazem qualquer “cachorreiro” tomar um banho com as próprias lágrimas. – por Thomás Boeira

 

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Sempre ao Seu Lado (Hachi: A Dog’s Tale, 2009)
Orçado em U$ 16 milhões, este filme arrecadou nas bilheterias cerca de três vezes este valor – curiosamente, sem sequer ter sido exibido nos cinemas dos Estados Unidos, seu país de origem. Agora, qual teria sido a razão deste descaso com esse drama canino estrelado por Richard Gere, dirigido pelo indicado ao Oscar Lasse Hallström e inspirado em fatos reais? Vá entender! A questão é que essa adaptação americana do sucesso japonês Hachikô Monogatari (1987) tocou em uma questão fundamental para qualquer pessoa apaixonada por cães: a impressionante fidelidade do seu animal de estimação. Hachiko era um Akita que foi encontrado abandonado em uma estação de trem pelo professor Wilson (Gere), que acaba ficando com o cão após ninguém reclamar por ele. O que fez essa história tão incrível foi que, após anos acompanhando seu dono no caminho casa-estação-casa, quando este morre, o bicho segue em sua rotina, sem aceitar a partida do grande amigo. Um episódio comovente, que rodou o mundo e serviu de exemplo para milhares de pessoas. E que aqui ganhou uma adaptação digna de toda a carga emocional que suscita. Pobre dos norte-americanos, que não tiveram a chance de conferi-la à altura dos seus méritos. – por Robledo Milani

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