Ah, as bilheterias. Elas refletem muito do que o público gosta de assistir nos cinemas. A tendência é clara: blockbusters tomam a dianteira. E será merecido ou não? Bom, não iremos entrar na velha briga de público e crítica, até porque boa parte dos campeões mundiais é de qualidade acima da média. Então, sem mais delongas, vamos conhecer os atuais membros do Top 10 de bilheterias em todo o mundo? Lembrando que a arrecadação é em dólares. Depois responde pra gente: qual o seu favorito da lista?
10. Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, 2013)
Arrecadação: $ 1.215.400
De herói eclipsado pelos colegas a um dos maiores sucessos de bilheteria. O Homem de Ferro nunca havia sido um personagem super popular, mesmo nos quadrinhos. Apesar de algumas boas histórias nas HQs, sempre foi conhecido por não ter muitos vilões de destaque ou até narrativas realmente interessantes. Pois quando Robert Downey Jr. assumiu a armadura, seu auge chegou, iniciando a Era Marvel nos cinemas. Pegando carona imensa bilheteria e das críticas positivas do primeiro Os Vingadores (2012), este título já estreou quebrando tudo. Uma pena que o filme em si seja o pior da trilogia do herói nas telonas. Não é ruim, mas um tiro que não acertou totalmente seu alvo, numa trama que deveria ter um tom mais dramático, mas acaba perdendo espaço para diversas piadinhas sem nexo. Ainda por cima a jogada com o vilão Mandarim dividiu totalmente as opiniões. O que salvou foi o carisma do protagonista e o público afoito por mais um longa da Marvel. – por Matheus Bonez
9. Frozen: Uma Aventura Congelante (Frozen, 2013)
Arrecadação: $ 1.276.500
Fazia tempos que a Disney “devia” uma animação mais madura para seis fãs. Mais ainda: que fosse adaptada de forma realista de algum conto infantil. Pois o filme baseado na história de Hans Christian Andersen une as marcas clássicas da Disney para apresentar as princesas a um novo mundo, onde elas não precisam de “um macho” para seguirem suas vidas. O foco é na relação das irmãs Elsa e Anna, o que não poderia ser mais perfeito. Ao mudar o tema do romance para o amor familiar, o estúdio conseguiu uma narrativa bem amarrada, belíssima de se olhar e, ainda por cima, com uma trilha inesquecível. A transformação de Elsa ao som de “Let it Go” já se tornou uma das cenas mais emblemáticas da Disney. Então, como dar errado? Crianças e adultos se apaixonaram por Frozen, lotando as salas por méritos próprios. E alguém duvida que a continuação vai seguir o mesmo caminho? – por Matheus Bonez
8. Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows Part 2, 2011)
Arrecadação: $ 1.341.500
Os executivos da Warner seguramente lamentam até hoje que Harry Potter tenha chegado ao fim. O sucesso literário alcançado pela criação de J. K. Rowling foi reprisado no cinema, já que todos os oito filmes da franquia apresentaram números expressivos de arrecadação. Este último, produzido a partir do vigésimo quinto capítulo do livro homônimo, fechou com chave de ouro a saga do bruxo interpretado desde o início por Daniel Radcliffe, deixando nos cofres do estúdio a quantia maiúscula de US$ 1,3 bilhão, suficiente para colocá-lo na seleta lista das maiores bilheterias de todos os tempos. Na trama, Harry (Radcliffe), Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) precisam encontrar as famigeradas Horcruxes, essenciais para a derrota de Lorde Voldemort (Ralph Fiennes). A direção ficou a cargo do inglês David Yates, ele que assumiu a função a partir de Harry Potter e A Ordem da Fênix (2007). Embora o sucesso comercial acima da média do longa-metragem possa ser atribuído, em parte, ao lançamento em 3D (foi o único da franquia a ter cópias nesse formato), ele também diz respeito ao componente sentimental, inerente ao fim de uma trajetória na qual milhares acompanharam o crescimento efetivo do trio principal e a evolução do tom narrativo, do infantil ao sombrio. – por Marcelo Müller
7. Vingadores: A Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, 2015)
Arrecadação: $ 1.405.400
Mais do mesmo. Este é o único defeito do segundo título reunindo os maiores heróis da Marvel nas telas. Porém, não é uma pequena observação, já que diz a respeito de todo o longa. Utilizando os mesmos artifícios de roteiro, trocando apenas um vilão pelo outro, mas mantendo a mesma ameaça, este longa se tornou uma peça vazia e um sinal de alerta para seu estúdio: será que não está na hora de sair do terreno seguro? Mesmo com a introdução de novos personagens e até uma morte chocante (algo raro de acontecer com as adaptações da editora no cinema), o filme parece ir do nada pra lugar nenhum. Diverte? Claro, tanto que voltou a lotar as plateias pelo mundo e figura (ao menos por um tempo) na sétima posição desta seleta lista. Mas a qualidade já não é a mesma dos outros do estúdio, o que é uma pena. Ultron, um dos maiores vilões dos quadrinhos, ficou subaproveitado, apesar de bem caracterizado. Hora de pensar melhor as produções. – por Matheus Bonez
6. Velozes e Furiosos 7 (Furious 7, 2015)
Arrecadação: $ 1.516.000
Houve uma época em que muitas sequências de filmes era motivo de piada, inclusive, no cinema. Agora, sinônimo de muito dinheiro no caixa, ainda existe motivo para o riso, mas de alegria dos estúdios, que encaram os filmes como potenciais “franquias” de negócios, tendência que cresceu nos últimos 15 anos. Isso ilustra uma certa decadência do meio, que ficou mais rico e pobre, mas é assunto para outro texto. Velozes & Furiosos 7 marca a entrada no projeto do cineasta James Wan, conhecido por dirigir ou produzir filmes de terror, entre eles o mega sucesso Jogos Mortais (2004), criado por ele e que também teve sete títulos. Mas a curiosidade mórbida foi constatar que sua chegada nesse novo universo, movido a gasolina e exageros, foi acompanhada pela morte trágica do astro Paul Walker, e que quase fez a produção derrapar. Contudo, os ótimos efeitos especiais e a presença do irmão do ator garantiram o resultado final e o show, como reza a lenda, continuou. Sem deixar de lados as marcas registradas que deram notoriedade aos outros títulos, Chris Morgan retornou ao roteiro sem desviar do conceito de família do grupo, liderado pelo personagem de Vin Diesel. Na trama de agora, o vilão que apareceu no final do sexto filme quer se vingar da gangue e, por conta disso, não faltarão sequências absurdamente sincronizadas de perseguições, tiros, pancadaria e explosões. Perfeito para fãs e vale o aviso: Carros voam! – por Roberto Cunha
5. Os Vingadores (Marvel’s The Avengers, 2012)
Arrecadação: $ 1.519.600
“Vim lhe falar sobre a Iniciativa Vingadores”. Desde que Samuel L. Jackson proferiu esta frase na cena pós-créditos de Homem de Ferro (2008), nenhum fã da Marvel conseguiu dormir direito. Este era o sonho máximo de muitos fãs dos quadrinhos, poder conferir em carne e osso uma reunião entre Homem de Ferro, Hulk, Capitão América, Thor, e outras figuras do panteão de heróis da editora. A vontade era tanta que, não surpreendentemente, o longa-metragem com direção e roteiro de Joss Whedon, se transformou em uma das maiores bilheterias de todos os tempos. O filme reúne os heróis da Marvel em uma ameaça que nenhum deles poderia enfrentar sozinho. O maior desafio em um longa-metragem que conta com tantos personagens e tantos atores famosos é conseguir dar espaço de tela para cada um deles, sem parecer apenas um grande check list de aparições. Para a alegria dos admiradores do Universo Marvel, Joss Whedon conseguiu se sair bem nesta tarefa improvável. Cada um dos personagens que forma a equipe dos Vingadores, assim como alguns coadjuvantes de luxo, tem tempo para mostrar o que sabe fazer. Feito especialmente para os fãs, não só dos quadrinhos, mas para os do Universo Marvel no cinema. – por Rodrigo de Oliveira
4. Jurassic World (2015)
Arrecadação: $ 1.670.4
Se por um lado a maré de nostalgia que tem invadido os cinemas mostra a falta de criatividade que Hollywood vem enfrentando, por outro prova que o grande público não está nem aí se ideias são requentadas e reempacotadas. Contanto que seja um bom entretenimento, continuaremos pagando o ingresso. Colin Trevorrow acertou em cheio na receita, algo que nem Steven Spielberg (o pai da criança) em O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997) e seu pupilo Joe Johnston em Jurassic Park III (2001) conseguiram fazer: misturar aventura, nostalgia, bons efeitos visuais e muita diversão no pacote. Nesta nova recordista produção, voltamos à Ilha Nublar com o Parque dos Dinossauros aberto ao público. Tudo é seguro, tudo é maravilhoso para o público. Até que algo dá errado e, lógico, os lagartos terríveis passam a atacar os visitantes. Encabeçando o elenco, o talentoso Chris Pratt faz boa dobradinha com Bryce Dallas Howard, formando uma inusitada parceria em meio ao caos que se dá no parque. Os donos da festa continuam sendo os dinossauros, com uma aparição incrível do T.Rex original e de um novo supervilão. Ótimo entretenimento, serve como um presente para os fãs da série e iniciação para plateias mais jovens. Quer coisa melhor? – por Rodrigo de Oliveira
3. Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: The Force Awakens, 2015)
Arrecadação: $ 2.068.200
Teria como não ser um grande sucesso? Afinal, há fãs que seguem a saga há quase 40 anos e sempre esperaram pela continuação real das histórias. A franquia que inclui brinquedos e animações já havia conseguido manter a fama e despertar o interesse dos mais novos pelos Skywalker e companhia. Com um massivo esquema de marketing e todo mundo falando bem do longa, era óbvio que as bilheterias iam estar lá no alto. Talvez não esperassem que fosse a tanto. Mas com a nova protagonista Rey, outros personagens inéditos e o retorno dos clássicos Han Solo, Chewbacca e Leia, a saga atingiu novos patamares, criou um novo e mais que interessante capítulo na saga e ainda trouxe cenas de ação espetaculares. Que venha o Episódio VIII e mais um recorde de bilheteria! – por Matheus Bonez
2. Titanic (1997)
Arrecadação: $ 2.186.800
Pode-se fazer qualquer objeção ao trabalho de James Cameron. Uns gostam de seus filmes, outros não. Difícil é questionar a sua capacidade de criar e conduzir grandes espetáculos que atraem as massas. A expressão blockbuster adquire contornos ainda mais superlativos quando aplicada a algumas de suas realizações. Este filme, por exemplo, custou cerca de US$ 200 milhões, isso em 1997, ou seja, com valores corrigidos o montante é ainda maior. Os mais de US$ 2,1 bilhões arrecadados pagaram essa conta, com sobras, juros e correção. Por um bom tempo, a trama ficcional que mostra o envolvimento amoroso de Jack (Leonardo Di Caprio) e Rose (Kate Winslet) a bordo do transatlântico famoso por seu factual destino fatídico, ficou um bom tempo no topo da lista das maiores bilheterias de todos os tempos, até ser desbancado por outra produção de Cameron, Avatar (2009). São vários os fatores que podem explicar esse sucesso, da bem-sucedida campanha de marketing aos méritos cinematográficos, propriamente ditos. A escala grandiosa vista depois da colisão entre o Titanic e o iceberg sucede a construção de uma história, açucarada demais para alguns, comovente para outros, na qual o amor assume o centro das atenções, o que acaba potencializando o efeito emocional da tragédia anunciada. – por Marcelo Müller
1. Avatar (2009)
Arrecadação: $ 2.788.000
Quando os filmes em 3D ainda eram raros de serem apreciados, James Cameron (olha ele de novo) voltou com tudo após seu sucesso anterior (o nosso segundo lugar aí acima) e apresentou uma mega produção de 400 milhões de dólares que demorou quase uma década para chegar às telonas. E Avatar cumpriu seu papel. O visual é um verdadeiro deslumbre e o maior chamariz do longa, já que a história, apesar de bem contada, não tem nada de novo. Até soa clichê em diversos momentos. Porém, a técnica empregada aqui é muito superior a qualquer crítica sobre seu conteúdo narrativo. Não fossem os efeitos visuais e o 3D que realmente funciona (ao contrário de muito pega ratão por aí), talvez fosse um filme qualquer. Mas é só assisti-lo para entendermos porque tanto fuzuê foi criado em cima de sua produção e porque as bilheterias foram implacáveis. O público gostou. A crítica também. O reflexo não poderia ser outro. Aliar recursos visuais de última geração com uma história que ressalta a luta pelo meio ambiente foi de um timing impecável. Sucesso, então, mais do que merecido. – por Matheus Bonez