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20150529 top 10 catastrofe papo de cinema

Grandes tragédias não são elementos narrativos raros no cinema comercial. Invasões alienígenas, acidentes aéreos, expedições ao fundo do mar e viagens interplanetárias fazem parte do menu de qualquer fã de produções de impacto. Mas, ao mesmo tempo em que estes títulos estimulam à imaginação, também se resguardam no universo da fantasia inverossímil. Agora… mas e se fossem verdade? É neste ponto em que se apoiam títulos do subgênero Catástrofes Naturais, aqueles que tentam se basear em explicações aparentemente científicas para justificar suas histórias, por mais absurdas que estas possam parecer num primeiro instante. Aproveitando a estreia de Terremoto: A Falha de San Andreas (2015) – que usa e abusa de explicações técnicas em seu enredo – a equipe do Papo de Cinema se reuniu para apontar os dez melhores filmes deste estilo. Aproveite – e sobreviva – da melhor maneira possível!

 

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Inferno na Torre (The Towering Inferno, 1974)
Vamos começar pelo elenco. Que blockbuster pode se orgulhar de ter nomes como Steve McQueen, Paul Newman, William Holden, Faye Dunaway e Fred Astaire, só para mencionar os principais? Este aqui pode. Grande sucesso de bilheteria, o filme dirigido por John Guillermin e Irwin Allen tem como cenário um prédio de 138 andares em chamas. A Torre de Vidro começa a queimar bem no dia da inauguração, um desastre causado pela utilização de materiais elétricos de baixa qualidade. Nos 158 minutos da trama, há tentativas desesperadas de sobrevivência e o heroísmo dos bombeiros chefiados pelo personagem de McQueen, tudo isso conduzido por uma ação muito bem orquestrada do ponto de vista cinematográfico. A tensão é constante nesse lugar que mais parece um labirinto, do qual muitos não encontrarão saída. Dá para fazer fácil uma associação com o Titanic, pois, assim como o navio celebrado que naufragou depois de colidir com um iceberg, o arranha-céu festejado como uma maravilha da arquitetura sucumbe às chamas que o corroem rapidamente. Há uma lição contra a ganância, mas o que vale mesmo é passar esse tempo todo acompanhando os personagens tentando se safar em condições desfavoráveis. – por Marcelo Müller

 

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Terremoto (Earthquake, 1974)
Após o incrível sucesso de Aeroporto (1970) – o pai de todos os disaster movies – vários na mesma linha foram encomendados. E se O Destino de Poseidon (1972) cumpriu o esperado, 1974 foi o ano que essa febre chegou ao ápice. Ao mesmo tempo em que a Universal apostou neste thriller dirigido por Mark Robson, a Fox investiu no concorrente Inferno na Torre. A estrutura de ambos era similar, e ainda que este último tenha ficado à frente nas bilheterias, o outro, estrelado também por astros de primeira linha, como Charlton Heston e Ava Gardner, tampouco se saiu mal: a arrecadação foi mais de dez vezes superior ao seu orçamento! Marcado por uma bizarra coincidência, o longa que mostrava Los Angeles afetada por um cenário de caos e destruição a partir do fenômeno que dá título à trama teve seu início – e término – das filmagens simultâneos à pequenos abalos sísmicos, o que colaborou na mítica ao seu redor. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme em Drama, acabou levando dois Oscars para casa: Melhor Som e um extraordinário de Melhores Efeitos Especiais (categoria inexistente na época). Um feito que marcou época e encontra repercussão até os dias de hoje! – por Robledo Milani

 

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Twister (1996)
Helen Hunt e Bill Paxton são os protagonistas deste filme catástrofe dirigido por Jan de Bont. Ou não? A bem da verdade, quem pagou ingresso para assistir a este blockbuster lançado em 1996 queria mesmo é ver as reais estrelas do filme, os tornados, muito bem realizados pela Industrial Light and Magic, empresa de efeitos visuais criada por George Lucas. Os ciclones passam e não deixam nada pelo seu caminho. E os heróis da história, Jo (Hunt) e Bill Harding (Paxton), estão atrás deles para tentar entender como se formam e conseguir um jeito mais rápido de avisar a população de sua chegada. O diretor, recém saído do sucesso Velocidade Máxima (1994), não economiza em tensão e coloca os Harding em rota de colisão com poderosos fenômenos, mas deixa tudo mais interessante por construir personagens divertidos. O time capitaneado pelos dois é cheio de figuras cativantes, viciados em adrenalina, parecendo se divertir com os perigos que estão por vir. O elenco é bom e conta com nomes como Cary Elwes, Alan Ruck e um novato Philip Seymour Hoffman. Como todo filme-catástrofe que se preze, este também não deixa pedra sobre pedra, ainda que economize nas mortes. – por Rodrigo de Oliveira

 

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Volcano (1997)
O início tranquilo da manhã em Los Angeles indica mais um dia normal em uma das principais cidades do mundo. Mas a aparência transforma-se em susto quando um terremoto desestabiliza o cotidiano dos moradores e um grupo de trabalhadores responsáveis por uma nova linha de metrô é encontrado incinerado. O oficial Mike Roark (Tommy Lee Jones) é chamado para entender o que está ocorrendo. À medida que a investigação evolui, revela-se que algo fora do normal está em curso. Nesse momento, entra em cena a geóloga Amy Barnes (Anne Reche), que junta as peças do quebra-cabeça: a cidade esconde um vulcão embaixo de si que está prestes a entrar em atividade. Dirigido por Mick Jackson (O Guarda-Costas, 1992) com competente roteiro de Billy Ray (indicado ao Oscar por Capitão Phillips, 2013), este é um clássico do gênero. A fórmula está na estrutura do longa. Por trás da trama, uma combinação muito bem amarrada de investigação policial com aventura precisamos-salvar-a-cidade, soma-se aos efeitos especiais – que se nada extraordinários, são muito bem empregados – para garantir que o espectador não deixe a poltrona em nenhum momento. – por Willian Silveira

 

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Impacto Profundo (Deep Impact, 1998)
Dirigido por Mimi Leder, o enredo detalha o caos gerado pela revelação de que um imenso cometa se direciona para uma colisão contra a Terra. Com uma condução de proporções épicas, a diretora guia seus espectadores por uma narrativa que se beneficia tanto da instigante premissa quanto das cativantes performances de seu elenco, que conta com Morgan Freeman, Téa Leoni, Elijah Wood, Robert Duvall e Leelee Sobieski. Ainda que o roteiro de Bruce Joel Rubin e Michael Tolkin se apoie no melodrama e em convenções do gênero, tais tropeços são eclipsados por uma trama envolvente que se estabelece não apenas nos clichês dos filmes-catástrofe, mas nas reações da humanidade frente a uma calamidade de proporções irreparáveis. Enquanto se divide entre os dramas de seus personagens – uma âncora de TV, um adolescente comum, um grupo de astronautas e o Presidente dos Estados Unidos – o filme desenvolve lentamente a tensão que antecede seu poderoso clímax. Lançado à sombra de Armageddon, as duas produções ganharam inevitáveis comparações por conta da semelhança em suas premissas. Definir qual é o melhor (ou menos pior) é uma questão bastante subjetiva, mas vale sempre optar pelo filme que não foi dirigido por Michael Bay. – por Conrado Heoli

 

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Armageddon (1998)
Houve um tempo em que Michael Bay conseguia fazer bons filmes. Isso foi em meados da década de 1990, quando lançou A Rocha (1996) e este exemplo aqui. Se o primeiro colocava Nicolas Cage e Sean Connery tentando impedir um ataque terrorista na ilha de Alcatraz, o segundo traz Bruce Willis e Ben Affleck como parte de um grupo de perfuradores que é enviado pela NASA para destruir um asteroide que está prestes atingir a Terra. Lançado pouco tempo depois de Impacto Profundo, que também trazia um asteroide em rota de colisão com o nosso planeta, difere de seu concorrente por buscar entreter o público mesmo retratando uma situação de possível catástrofe, se saindo bem nisso sem sacrificar a tensão ou o peso dramático dos personagens. E se digo isso é porque é possível se importar com as figuras que desfilam pela tela, diferente do que ocorre nas produções mais recentes de Bay, em que queremos que os Transformers basicamente pisem nos humanos. Quem dera o diretor lembrasse do que fez no início da carreira na hora de iniciar seus novos trabalhos. – por Thomas Boeira

 

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O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, 2004)
Quem se decidir se aventurar por este trabalho do diretor Roland Emmerich deve saber exatamente o que irá encontrar: puro entretenimento. O que está a disposição é nada mais do que efeitos especiais impressionantes, que por sua vez proporcionam cenas de grande impacto visual. Com um fiapo de história – após a humanidade desrespeitar por décadas as leis básicas de preservação do meio ambiente, chegou a vez da natureza dar o troco – acompanhamos um cientologista (Dennis Quaid) que prevê uma segunda era do gelo, devido ao aquecimento global e o consequente derretimento dos polos. A partir do cenário anunciado, dá-lhe cenas de deixar qualquer um de boca aberta: furacões destruindo Los Angeles, chuvas de granizo do tamanho de uma bola de futebol detonando com Tóquio e a Europa ficando literalmente embaixo d’água. No meio do caos, o protagonista ainda precisa resgatar o filho, papel de um novato Jake Gyllenhaal, que está com amigos em uma Nova York congelada. Sucesso de bilheteria (mais de meio bilhão arrecadados em todo o mundo), atenta para o conceito básicos de que cinema, afinal, também é espaço para fantasia. Mesmo que as proporções sejam um pouco exageradas, mas ainda assim não muito longe da realidade. – por Robledo Milani

 

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2012 (2009)
Roland Emmerich é um especialista quando se trata de destruir cidades inteiras, estados e até continentes – e que tenha como alvo favorito a icônica Nova York é apenas parte do fetiche. Não tendo como expandir ainda mais a escala de destruição, o cineasta trouxe essa pérola do cinema de ação que parte para o nível da ignorância no quesito desastre: falamos de um cataclismo global desta vez. Aproveitando-se da onda de paranoia que rolava na época em função do calendário Maia que datava o fim dos tempos para dezembro do ano apontado no título, o roteiro conta a história de como um escritor fracassado (John Cusack) atravessa o mundo em meio ao apocalipse com sua família nas costas em busca de um lugar seguro. Uma montanha russa do início ao fim, conta ainda com o absurdo a seu favor em cada nova sequência de destruição e se dá ao luxo de estabelecer o clímax em meio às montanhas do Himalaia e um tsunami (!). Responsável por inúmeros e deliciosos guilty pleasures, Emmerich tem aqui, provavelmente, o mais megalomaníaco e inconsequente dos seus projetos, e por tabela, o mais divertido. – por Yuri Correa

 

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O Impossível (The Impossible, 2012)
No dia 26 de dezembro de 2004 um tsunami varreu a costa de treze países e levou com suas ondas a vida de 300 mil pessoas. O tema, que poderia render mais um simples “filme-catástrofe”, ganhou as telas do cinema com um drama eficiente focado em uma família que sobreviveu à tragédia. Maria (Naomi Watts) é uma médica que há anos deixou a profissão de lado para tomar conta dos filhos Lucas (Tom Holland), Thomas (Samuel Joslin) e Simon (Oaklee Pendergast) e viaja com o marido Henry (Ewan McGregor) a negócios. Eles estão em férias quando a tragédia acontece, são separados pela força das águas e é a busca de um pelo outro que acompanhamos enquanto vemos o resultado do desastre. O diretor espanhol Juan Antonio Bayona conduz a história como um suspense em que o grande vilão é a força da natureza. Os efeitos especiais reproduzem da forma mais fiel e aterrorizante possível o que foi a onda gigante, fazendo o espectador senti-la como um monstro que devorou tudo que estava em seu caminho. Denso, seco e causando espanto pelo realismo, ao mesmo tempo em que emociona pelo contexto familiar. Acima de tudo, é entretenimento de boa qualidade. – por Matheus Bonez

 

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No Olho do Tornado (Into the Storm, 2014)
Apesar de ser um típico filme-catástrofe, em nome da autenticidade o longa insere momentos de found footage, gênero que dá as caras frequentemente desde A Bruxa de Blair (1999). Nesse sentido, é inteligente usar um elenco sem grandes astros, para dar aos personagens uma cara anônima e ajudar na imersão do espectador. A única exceção nesse quesito é a presença de Richard Armitage, mas o ator está com um visual bem diferente do adotado quando encarna Thorin na franquia O Hobbit (2012-2014), seu papel mais marcante. Assim, o inglês se mescla à massa anônima do elenco. As cenas catastróficas funcionam na tensão e nos sustos, enquanto o time de personagens dá conta da narrativa envolvente: há drama familiar na jornada do protagonista, uma especialista em meteorologia para conceder dados concretos acerca do tema e um grupo de aventureiros sem noção que funciona como alívio cômico. – por Edu Fernandes

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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