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Se há um subgênero no universo das animação em que os Estúdios Disney fazem melhor do que ninguém, são os Contos de Fada e seus romances estrelados por Princesas em perigo em busca de um Príncipe Encantado. Mas, depois dessa marca registrada, há um outro modelo narrativo igualmente muito recorrente nas produções da casa de Mickey Mouse: as histórias estreladas por animais! E ainda que o recente Zootopia, que está chegando agora aos cinemas, seja recém o terceiro estrelado exclusivamente por animais antropomorfizados – após Robin Hood (1973) e O Galinho Chicken Little (2005) – há vários outros títulos em que bichinhos de estimação e também das selvas, com humanos ou não por perto, também estão no centro das atenções. E foi pensando nisso que organizamos essa seleção, com os dez melhores filmes em que Disney mostrou como é legal investir no nosso lado Animal!

 

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Dumbo (1941)
A Disney sempre teve predileção por escolher animais como protagonistas de seus desenhos – e o próprio Walt Disney em pessoa declarou que esse conto de amor e tolerância possuía um lugar especial em seu coração. “Desde o início, este foi um filme feliz”, disse ele, certa vez. “Não tivemos restrições nenhuma na história, assim pudemos deixar nossas imaginações viajarem”, continuou. A história do elefantinho de orelhas gigantes diverte e comove pessoas de todas as idades. Até nossos avós devem ter se comovido com a mensagem do filme – aceitação aos diferentes e o valor das amizades (na ausência de sua mãe, a única pessoa que o tratava bem, seu amigo camundongo, se torna um grande companheiro). O pequeno Dumbo nos mostra como o poder da amizade e da aceitação pode nos ajudar a superar nossas dificuldades e alcançar patamares inimagináveis de sucesso. Essa amizade foi capaz de transmitir força para o protagonista, que junto de seu amigo encontra caminhos para reencontrar sua família. É através da força dessa união que surge a possibilidade de se enxergar defeitos como qualidades. Também é sobre o circo. O grande picadeiro é uma atração à parte durante o filme. – por Alexandre Derlam

 

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Bambi (1942)
Quem nunca se emocionou com o drama vivido pelo pequeno cervo no momento em que fica órfão, logo no começo deste que foi um dos primeiros projetos mais dramáticos de Walt Disney? Vítima da ação de caçadores, a mãe de Bambi o deixa quando estava recém dando seus primeiros passos. Mas ele não ficou sozinho, pois, como logo irá descobrir, ao seu lado estarão diversos outros animais da floresta, como o coelho Tambor e o gambá Flor, que logo se tornarão seus melhores amigos. E ainda que os bichos aqui não sejam humanizados, falam e se comunicam entre si com bastante energia e disposição. O que não quer dizer, é claro, que a realidade que enfrentam seja muito diferente da dos homens – até porque, como fica claro desde os primeiros minutos da trama, esses estão por perto, significando perigo e morte. Ainda que a fábula aqui narrada seja essencialmente infantil, muitos temas adultos são abordados, como violência, despertar sexual e confiança. Tudo isso num ambiente idílico e absolutamente terno, mas que a qualquer momento poderia chegar ao fim, como uma ameaça pairando sobre eles. Afinal, está na natureza a inocência e a segurança, ao contrário do que se vê entre aqueles ditos civilizados. – por Robledo Milani

 

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Você Já Foi à Bahia? (1944)
Lançado em 1944, este é o sétimo filme animado da Disney. Dirigido por Norman Ferguson, possui sete segmentos, todos mostrando presentes de aniversário que Pato Donald ganha dos amigos animais latino-americanos. Temos o pinguim descontente com o frio do Polo Sul, decidido a morar no calor tropical; um burrinho voador e seu companheiro humano em aventuras pela Argentina; e, claro, aves, entre elas Panchito, o galo mexicano vermelho, paramentado com sombreiro e armas na cintura, e o nosso Zé Carioca, papagaio cheio de malandragem e malemolência, que acompanha o personagem gringo pelo colorido sem igual do Brasil. O filme possui muitos números musicais e uma latinidade que já na época da estreia foi alvo de comentários indignados. As acusações eram de que o estúdio maquiou a realidade do continente com estereótipos grosseiros e redutores. Controvérsias à parte, essa produção é no mínimo significativa. A extrema qualidade técnica enche os olhos ainda hoje, e está a serviço da criatividade. No que diz respeito à antropomorfização de bichos em grandes produções, com vista a torná-los tanto protagonistas quanto coadjuvantes, a Disney é precursora, responsável por semear e colher os frutos de uma inovação que virou tendência. – por Marcelo Müller

 

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A Dama e o Vagabundo (1955)
Este clássico da Disney é um exemplo do tradicional romance no qual o amor não vê barreiras. As grandes histórias de amor, não raro, nos apresentam a um casal com poucas chances de vingar em seu relacionamento, principalmente pelas diferenças de temperamento, de berço ou de ambos. Neste desenho, os protagonistas têm estas duas barreiras os impedindo de um final feliz, mas isso não os atrapalha de viverem um belo romance. Nem o fato de serem dois simpáticos cãezinhos. Dama era a “filha” mais querida de um casal de humanos muito afetuoso. Quando os dois engravidam de fato, Dama fica um tanto de lado, mas logo reconquista seu espaço na casa. As coisas mudam quando a família precisa viajar e deixar seu mascote aos cuidados de uma tia estranha, com gatos maléficos. A cachorrinha acaba se perdendo na rua e precisa da ajuda do malandro Vagabundo para sobreviver. O romance, improvável, logo aparece, assim como uma das cenas mais famosas dos clássicos Disney, quando os dois cães dividem um prato de macarronada e se beijam ao degustarem o mesmo fio de massa. Pura magia cinematográfica em um dos tantos clássicos produzidos por Walt Disney, indicado ao BAFTA de Melhor Animação. – por Rodrigo de Oliveira

 

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101 Dálmatas (1961)
Após o fracasso comercial de A Bela Adormecida (1959), os Estúdios Disney precisavam emplacar urgentemente um novo sucesso, de preferência uma produção de orçamento reduzido. A solução foi encontrada nesta adaptação do livro de Dodie Smith sobre Pogo, um dálmata que busca uma namorada para seu dono, o músico Roger, e acaba encontrando a candidata ideal na bela Anita, que também possui uma dálmata, Prenda. O plano de Pogo funciona, Roger e Anita se casam e Prenda dá a luz a quinze filhotes. Tudo corre bem até que uma milionária maléfica rouba os cachorrinhos para fazer um casaco de peles. Primeiro trabalho da Disney a utilizar a técnica de xerografia, que barateava consideravelmente os custos, o longa foi um enorme êxito, sendo relançado diversas vezes nos cinemas. O visual mais estilizado, apesar de não ter agradado a Walt Disney, confere um charme especial à animação ambientada em Londres, que aposta menos em números musicais, ou sequências cômicas, e mais na aventura, além de ter apresentado uma das vilãs mais marcantes do universo animado: Cruella De Vil. Personagem que seria vivida por Glenn Close na versão live action da história, 101 Dálmatas (1996), e em sua continuação, 102 Dálmatas (2002). – por Leonardo Ribeiro

 

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Aristogatas (1970)
Depois de dois longas em sequência abordando o universo dos cães, tava mais do que na hora de dar uma chance aos inimigos naturais destes, porém donos de um time de defensores tão ardorosos quanto: os gatos! Combinando elementos de 101 Dálmatas e de A Dama e o Vagabundo, o romance entre a aristocrática Duquesa e o malandro O’Malley é quase uma releitura felina de ambos que, infelizmente, acabou sendo relegado a um segundo plano na filmografia disneyniana. Quando Duquesa e seus três filhotes herdam uma fortuna após sua dona falecer, se tornam vítimas da inveja do mordomo que até então era responsável por cuidar deles. Será um gato de rua, no entanto, que se encarregará de protegê-los desse perigo, ajudando-os a resgatarem o que é deles por direito. O mais curioso é que aqui temos um enredo baseado em um fato real, o que mostra que esse paixão pelos peludos de estimação não é tão fantasiosa quanto se poderia imaginar. Ambientada em Paris e cercada por outros animais, como o rato Roquefort ou a égua Frou-Frou, há ação de sobra para garantir a atenção, além de relegarem os humanos a uma condição coadjuvante, mas ainda assim imprescindível. – por Robledo Milani

 

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O Cão e a Raposa (1981)
Longa-metragem animado dos mais simples, tanto em técnica quanto em diversão descompromissada para crianças, o diferencial está na discussão a respeito das diferenças entre antagonistas, que pode ser levada a esferas atuais, modernas e adultas. O filme de Art Stevens, Richard Rich e Ted Berman foca nos personagens Dodó e Toby, que ainda infantes são bastante unidos, fator que valoriza em diferentes níveis a inocência tipicamente infantil e o valor da fraternidade acima de qualquer rivalidade humana. A aproximação da vida adulta faz essa rivalidade finalmente surgir e se manifestar a partir dos desmandos humanos, que invocam a demanda do conflito, em muito ligado a mentalidade do americano médio, que baseia sua rotina na predação de outrem, no sentido figurado e literal. Durante o desenrolar do longa, os personagens indagam a figura do mentor: “E vamos continuar sendo amigos para sempre, não vamos mamãe coruja?”, respondida com um “Querido, para sempre é muito, muito tempo. E o tempo tem um jeito de mudar as coisas”, resumindo de forma bela a inevitabilidade de um destino trágico, em uma crítica velada a um estilo de vida desnecessariamente agressivo e a um modo inteligente, mesmo se tratando de uma fábula infantil. – por Filipe Pereira

 

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As Peripécias do Ratinho Detetive (1986)
Seguindo um pouco a ideia vista no belo Bernardo e Bianca (1977), no qual éramos convidados a conhecer uma espécie de submundo dos ratos, aqui somos apresentados a Basil, um ratinho que mora abaixo da residência de Sherlock Holmes e que, assim como o renomado detetive criado por Arthur Conan Doyle, ganha a vida solucionando mistérios. Com a ajuda do Dr. David Dawson, ele busca ajudar a jovem Olivia, cujo pai foi sequestrado pelo morcego Fidget, o capanga de Ratigan, vilão que o detetive há tempos quer capturar. Como já ficou claro, o filme desde o início aspira ser uma aventura sherlockiana com ratos, uma proposta que funciona de maneira leve e inofensiva em sua simplicidade, introduzindo personagens imensamente carismáticos e ainda divertindo pela forma como a história organiza seus elementos. A narrativa que se forma a partir de tudo isso capta com facilidade a atenção do espectador, entretendo-o do início ao fim. É até uma pena que o longa não tenha ganhado continuações. Ver figuras como Basil e Dawson em outras aventuras poderia ser interessante. – por Thomas Boeira

 

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O Rei Leão (1994)
Este é provavelmente o mais querido filme estrelado por animais. A produção foi indicada a quatro Oscars, dos quais venceu dois, Canção Original (“Can You Feel the Love Tonight”, de Elton John e Tim Rice) e Trilha Sonora (do grande Hans Zimmer), além de ter arrecadado US$ 987 milhões pelo mundo. Não fosse o bastante, grudou na cabeça de toda uma geração melodias que continuam no imaginário popular ainda hoje, quando “Hakuna Matata” disputa lugar na memória com “Let it Go”. A história gira em torno da família real de leões, em que Mufasa, o rei, tenta ensinar o filho, Simba, tudo sobre as terras que um dia estarão sob sua responsabilidade. Porém, o irmão traiçoeiro do monarca, Scar (com uma deliciosamente maléfica dublagem de Jeremy Irons na versão original), planeja e executa um esquema para derrubar Mufasa e se livrar do sobrinho, assumindo ele o trono da Pedra do Rei. Anos mais tarde, exilado e acompanhado de seus pais de criação, um suricato e um javali chamados Timão e Pumba, Simba é abordado por uma velha amiga, que quer convencê-lo a voltar para casa e tirar o reino das patas de Scar. Triufante, sombrio e bastante emotivo, o conto shakespeareano é um pequeno novo clássico, que deverá ser lembrado com carinho através da história do cinema. – por Yuri Correa

 

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Irmão Urso (2003)
Kenai só sabe fazer o que lhe foi ensinado: caçar para sobreviver. Ele é um jovem índio em busca de sua próxima presa, e se conseguir abater um grande urso pardo será considerado um herói em sua tribo. Só que quando seu irmão mais velho morre num combate com o animal, aquilo que deveria ser uma necessidade passa a ser motivo de vingança. Será por isso que os espíritos da floresta terão que interceder, transformando-o em um urso, para que sinta na pele como é o outro lado da moeda. Agora, nessa nova condição, sua maior preocupação será evitar que o caçula da família – que acredita ter perdido não um, mas dois irmãos em ataques de ursos, e por isso deseja abatê-los o quanto antes – termine com sua própria sorte. Tendo ao seu lado o pequeno Koda – um urso órfão – e um mundo completamente novo para descobrir, Kenai irá aprender a respeitar a natureza, além de perceber que nem toda primeira impressão é verdadeira. Indicado ao Oscar e dono de uma arrecadação de mais de US$ 250 milhões, este é um título que combina com delicadeza os dois universos, homens e animais, mostrando de vez o quanto um necessita – e se completa – com o outro. – por Robledo Milani

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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