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Top 10 :: Férias de Verão

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Mais um ano começa e,em Terra Brasilis, o calor domina de norte a sul e leste a oeste. Janeiro é o mês das férias de verão tupiniquins, o período que boa parte da população tira dias de folga e vai aproveitar o sol seja na piscina, no mar, no parque ou até em casa mesmo. E para quem curte está última opção, que tal se deixar levar pelas férias retratadas no cinema? A equipe do Papo de Cinema se reuniu para pensar quais os dez melhores filmes sobre o veraneio dos outros. Então, vista seu traje de banho, passe o protetor solar e confira a nossa seleção!

 

Tubarão (Jaws, EUA, 1975)
Tenso de forma a deixar o espectador com os olhos arregalados diante de todo seu suspense, Tubarão não é exatamente uma das primeiras produções que lembramos quando falamos de filmes de verão (produções mais leves geralmente são mencionadas primeiro). Mas, no fim das contas, a obra-prima de Steven Spielberg se passa na estação mais quente do ano, quando muitas pessoas aproveitam suas férias para ir à praia e relaxar. Claro que aqui o tubarão do título não permite que essas coisas ocorram com a tranquilidade esperada. Adaptação do livro de Peter Benchley, o filme traz Roy Scheider no papel do chefe de polícia Martin Brody, que se junta ao pesquisador Matt Hooper (Richard Dreyfuss) e ao caçador Quint (Robert Shaw) para ir atrás do animal e abatê-lo para que a ilha de Amity volte a sua calmaria habitual. Spielberg cria exemplarmente a atmosfera angustiante da história, seja através de sua tática de não mostrar o tubarão imediatamente, da montagem excepcional de Verna Fields ou da hoje mais do que famosa trilha de John Williams, sem falar na dinâmica do trio principal, absolutamente admirável em suas nuances. Tubarão marcou época, causou um grande impacto na indústria com seu sucesso estrondoso e continua sendo capaz de causar arrepios no público. Sem dúvida é um filme de verão inesquecível. – por Thomas Boeira

 

Férias Frustradas (National Lampoon’s Vacation, EUA, 1983)
Houve época em que era mais do que normal: volta e meia algum dos cinco filmes da série estrelada por Chevy Chase passava em sessões da tarde televisivas e afins. Exemplar característico da década de 1980, o primeiro de todos os longas é ainda o melhor pelo roteiro de John Hughes, que começava a alçar voos na indústria hollywoodiana por esta adaptação de uma própria crônica sua sobre uma fracassada viagem da família à Disneylândia. Se o texto por si só já era engraçado, acompanhar na tela o parque do Mickey transformado no desastroso Walley World já arranca risadas por si só. Ou desastroso mesmo é Clark (Chase) querer viajar de carro com os dois filhos enquanto a esposa decide ir de avião? Com cenas antológicas na história da comédia oitentista americana e personagens marcantes como “a garota da Ferrari vermelha”, Férias Frustradas é um clássico que, se ainda não foi visto por alguém, merece um lugar especial na estante. Afinal, dar risadas de verdade com um humor pastelão e sexual (mas que não duvida da inteligência do espectador) nunca é demais. – por Matheus Bonez

 

Férias do Barulho (Private Resort, EUA, 1985)
“Venha a mim!” Quem era adolescente no final da década de oitenta e início dos anos 90, volta e meia pegava Férias do Barulho em cartaz na Sessão das Dez ou no Cinema em Casa, dois antigos espaços reservados para filmes no SBT. E esta frase, “venha a mim”, repetida como mantra pela sensual e lunática personagem de Hillary Shepard, é certamente uma das mais memoráveis. Para quem não lembra, a comédia foi um dos primeiros veículos para o jovem Johnny Depp mostrar seu talento em formação. Depois de ter estrelado A Hora do Pesadelo (1984), a oportunidade de mais uma produção adolescente surgiu. Na trama, dois jovens rapazes ganham a oportunidade de passar férias em um resortem Miami. Sedentos por mulheres e farra, os amigos acabarão se envolvendo com um inescrupuloso ladrão de jóias, Maestro (Hector Elizondo), que não deixará barato o fato de ser atrapalhado pela dupla. Em meio a tudo isso, muitas estripulias sexuais como tão comumente traziam as comédias oitentistas. – por Rodrigo de Oliveira

 


Conta Comigo
(Stand by Me, EUA, 1986)
Conta Comigo é provavelmente o melhor filme do diretor Rob Reiner, que hoje já não é mais o cineasta com a sensibilidade que costumava ter antes. Adaptado de um conto de Stephen King, o longa conta a história de quatro garotos que partem em uma expedição através dos condados vizinhos a sua cidade para acharem o corpo de um menino desaparecido, julgando encontrarem junto fama e reconhecimento pelo feito. A jornada, claro, se revela a parte mais importante, e é nos seus conflitos pessoais e nos seus laços de amizade em que o filme se concentra. Aí entra o destaque para o jovem elenco que, com a responsabilidade de carregar o projeto, impressiona ao trazer uma carga dramática pesada e tátil para os seus personagens; de Corey Feldman a Wil Wheaton até o mais destacado deles, River Phoenix, todos têm pelo menos uma cena em que, sozinhos, comovem com suas performances. É ainda um filme saudosista, que com eficiência discute a pureza e a sinceridade das amizades na infância – “nunca tive amigos como aqueles que tive aos doze anos” – em contraposição a frieza e as crueldades de um mundo supostamente mais maduro.  – por Yuri Correa

 


Curso de Verão (Summer School, EUA, 1987)
Um grupo de estudantes medíocres e preguiçosos encontra um professor com a cabeça na praia, completamente longe do trabalho. Em Curso de Verão (1987), somos apresentados a este conjunto que tinha tudo para dar errado. No entanto, o professor Shoop (Mark Harmon) é desafiado pela diretoria da escola. Tendo de substituir outro colega, o jovial mestre precisará ensinar inglês para aquela turma desinteressada ou será sumariamente demitido. A partir desse ultimato, vale tudo para fazer com que seus pupilos estudem. O mais bacana de Curso de Verão é a gama de personagens interessantes, como o sujeito fanático por filmes de terror, o rapaz que dormia durante as aulas, a menina surfista com interesse no professor, o aluno que passou as aulas todas dentro do banheiro, etc. Clássico da Sessão da Tarde, o longa-metragem dirigido por Carl Reiner é uma daquelas produções recomendadíssimas para curtir as férias de verão. Em 2012, foi noticiado que a produtora de Adam Sandler, a Happy Madison, produziria um remake da comédia, mas nada mais surgiu desde então. – por Rodrigo de Oliveira

 

A Praia (The Beach, EUA, 2000)
Richard (Leonardo DiCaprio) é um jovem turista norte-americano que vai a Bangkok, na Tailândia, já com a expectativa de aquilo tudo que a terra promete: sexo, drogas, festas. Tudo no ritmo alucinante impresso pelo diretor Danny Boyle, que ganha ainda mais contornos após o protagonista descobrir a tal praia do título. Mesmo após uma morte, que já indica a podridão deste paraíso, Richard se mantém encantado pelas águas cristalinas e arrasta outros companheiros para um destino que pode nem ter volta. Traficantes, agricultores revoltados, entorpecentes na cabeça. Tudo se soma para a crítica do diretor à sociedade de consumo que prioriza lucro (não importa sua origem, se financeira ou emocional) em detrimento do ser humano como um todo. Apesar de ter sido detonado na época de seu lançamento, o filme dirigido por Boyle é uma ótima opção para quem quer ver “o lado negro” não apenas das férias, mas das próprias pessoas e, é claro, de paisagens exóticas. – por Matheus Bonez

 

E Sua Mãe Também (Y Tu Mamá También, México, 2001)
Dois adolescentes enfrentam juntos um verão quente e sem muito o que fazer. As coisas começam a mudar para os melhores amigos quando decidem embarcar em uma viagem pelo interior do país rumo ao litoral ao lado de uma bela e atraente mulher mais velha. No processo, irão aprender uma coisa ou outra sobre amizade, sexo e, claro, sobre eles próprios. Assim é esse impressionante conto de amadurecimento dirigido pelo oscarizado Alfonso Cuarón (Gravidade, 2013) e estrelado pelos novatos – na época – Gael García Bernal e Diego Luna. Do sucesso desse trabalho – que chegou a ser indicado ao Oscar como Melhor Roteiro Original – as portas de Hollywood se abriram para os três, e o mundo passou a ver com outros olhos o novo e moderno cinema mexicano. Gael e Diego formam uma dupla em perfeita sintonia, com uma química entre eles como poucas vezes se viu nas telas – o espaço que resta para a competente Maribel Verdú é tão estreito que ela acaba, literalmente, caindo fora da cama – e o fim das barreiras de gênero, preconceitos e autoconhecimento adquirem novos significados. Um filme fantástico para embarcar junto, e ainda mais para refletir a respeito de tudo que é explorado, seja na ficção ou não. – por Robledo Milani

 

Vicky Cristina Barcelona (Vicky Cristina Barcelona, Espanha/EUA, 2008)
Quem via com certo ceticismo a mudança de ares de Woody Allen, que trocou sua adorada Nova York por paisagens européias em seus filmes, deve ter mudado de idéia após assistir a cada uma das pérolas comandadas pelo cineasta. E falando em filmes de férias, qual título melhor do que o passeio empreendido pelo diretor na ensolarada Espanha em Vicky Cristina Barcelona? A paisagem parece ter feito muito bem a ele. Ao transportar sua narrativa cheia de diálogos e de personagens interessantes para Barcelona, o cineasta deu uma nova vida para seu texto. E a fotografia caprichadíssima de Javier Aguirresarobe, que consegue exaltar ainda mais as belezas de Barcelona, só aumenta o prazer do espectador em assistir a uma história tão peculiar como a deste longa. De férias na cidade catalã, as amigas Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) estão à procura de descanso, diversão e um pouco de inspiração. Em uma exposição de arte, Cristina vislumbra o charmoso artista plástico Juan Antonio (Javier Bardem), que logo percebe a presença da moça. Durante um jantar entre as duas, Juan se aproxima da mesa e oferece um fim de semana em Oviedo, lugar onde os três poderiam apreciar boa comida, beber bons vinhos e fazer amor à vontade. Cristina, livre e desimpedida, fica animada com a proposta, enquanto Vicky, noiva prestes a casar, se estarrece com a falta de cerimônia do espanhol. Os três acabam indo para Oviedo e nem tudo acontece como o esperado. Para completar a confusão, a ex-mulher de Juan, Maria Elena (Penélope Cruz, brilhante, e vencedora do Oscar), surge para complicar ainda mais a situação. – por Rodrigo de Oliveira

 

Férias Frustadas de Verão (Adventureland, EUA, 2009)
Muitos filmes desta lista foram lançados na década de 1980. Esse, no entanto, apesar de se passar em 1987, foi realizado em 2009, tentando recapturar a mística daquela época. Longe de ter aquela mesma pegada raunchy das produções oitentistas, com muito sexo e nudez, Férias Frustradas de Verão nos mostra um sujeito comum, tendo de pagar suas despesas na faculdade pegando um emprego horrível em um parque de diversões um tanto decrépito. Imaginando ser um dos piores momentos de sua vida, visto que o emprego é justamente durante as férias, o personagem de Jesse Eisenberg percebe que existe uma possibilidade de diversão. Principalmente ao se apaixonar por sua parceira de trabalho, vivida por Kristen Stewart. O diretor Greg Mottola parte de experiências pessoais para construir um trabalho ao mesmo tempo divertido e reflexivo, ao mostrar as agruras de um rapaz amadurecendo e descobrindo o mundo. Com elenco cheio de nomes conhecidos, com destaque para os hilários Bill Hader e Kristen Wiig, Férias Frustradas de Verão tem aquele feeling nostálgico marcante, mas tem tudo para agradar às jovens plateias. – por Rodrigo de Oliveira

 

O Verão da Minha Vida (The Way Way Back, EUA, 2012)
É verão e Duncan (Liam James), um adolescente de 14 anos, viaja com o padrasto Trent (Steve Carell), a mãe (Toni Collette) e meia-irmã para o litoral. Recluso, introspectivo, o garoto não vê o pai há tempos e está sempre em conflito com o jeito mandão de Trent. Ao mesmo tempo, sua mãe parece submissa a este comportamento. O refúgio, além da bela vizinha Susana (AnnaSophia Robb) é o parque aquático da região, cujo dono é o excêntrico Owen (Sam Rockwell). A partir da inusitada amizade entre os dois é que as situações começam a mudar para o garoto. O roteiro dá voz a todos os seus personagens, conferindo várias camadas para cada um. É o legítimo filme de férias de verão que utiliza o tema como desculpa para ritos de passagem da adolescência, algo que, se bem trabalhado como aqui, rende um grande exemplar do gênero. Esta “dramédia” ainda conta, é claro, com muito sol, piscina e pouca roupa, mas nada gratuito e tudo muito bem dosado. Um excelente trabalho de estreia na direção de Nat Faxon e Jim Rash, vencedores do Oscar de Roteiro Adaptado por Os Descendentes (2011). – por Matheus Bonez

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