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Quer melhor nome para um gato do que… Gato? Pois esse é o toque de mestre que Truman Capote deu ao batizar o melhor amigo e companheiro de Holly Golightly, a prostituta – ou acompanhante de luxo, se você preferir – interpretada com leveza e graciosidade por Audrey Hepburn (bem diferente, é importante ressaltar, da voluptuosidade e ingenuidade imaginada pelo escritor ao conceber a personagem com Marilyn Monroe em mente). Gato é tanto símbolo da independência – “por que deveria eu lhe dar um nome, se ele não pertence a mim?… aliás, ninguém nesse mundo pertence a outra pessoa”, ela explica – como de carência, pois é seu único fiel e constante companheiro, que retorna todos os dias ao pequeno apartamento onde os dois moram após cada um partir para suas próprias estripulias noturnas – ela em festas da alta sociedade, ele por becos escuros e outros cantos não muito aconselháveis. No entanto, estão para sempre ligados, seja quando um acorda o outro pela manhã, ou quando saem sem destino em busca de uma felicidade cada vez mais difícil, e, ao mesmo tempo, tão próxima a ponto de se tropeçar nela. E quando a protagonista se imagina sozinha, sob forte chuva e abandonada, só lhe resta o abraço do amigo felino. “Somos iguais, eu e o gato. Um casal de pobres coitados sem nome”, declara a protagonista. Até a sorte lhe surgir na esquina, é claro. – por Robledo Milani

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