Em um cenário de guerra, enquanto a província de São Pedro do Rio Grande do Sul lutava contra o império brasileiro, num conflito conhecido como Revolução Farroupilha (1835-1845), Anahy (Araci Esteves) e sua família tentam sobreviver das sobras. A matriarca e seus filhos Solano (Marcos Palmeira), Luna (Dira Paes), Teobaldo (Cláudio Gabriel) e Leonardo (Fernando Alves Pinto) vagueiam pelos locais de combate, pós-conflitos, saqueando os mortos e tentando vender os itens para quem tiver interesse. É uma realidade desoladora, embrutecedora, e Anahy é uma mulher de coragem nessa situação tão adversa. O longa-metragem é um interessante retrato da época, uma produção caprichada comandada por Sérgio Silva. Araci Esteves é um destaque com sua atuação maiúscula, carregando muito bem o filme nas costas. Embora tenha um elenco cheio de nomes interessantes, alguns em começo de carreira, outros mais veteranos (como Paulo José, por exemplo), Esteves não perde o protagonismo. Vencedor de seis prêmios no Festival de Brasília, dentre eles o de Melhor Filme, esta produção com sangue gaúcho retrata o conflito mais reverenciado pelo povo do sul, um movimento que tentava a independência da província do império e, mesmo com seu desfecho desfavorável aos planos dos revolucionários, continua sendo celebrada no hino do Rio Grande do Sul e com o feriado do dia 20 de setembro – “o precursor da liberdade”.
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