Após uma estreia de repercussão modesta como cineasta, com O Homem Sem Face (1993), Mel Gibson escolheu a história do cavaleiro William Wallace, um dos principais líderes da luta pela independência da Escócia no século XIII, como tema para sua segunda empreitada atrás das câmeras. Neste épico de proporções, e ambições, muito mais elevadas que as de seu trabalho anterior, Gibson assume o papel protagonista, narrando a sua trajetória desde a infância, quando presenciou o assassinato do pai e do irmão, sendo criado pelo tio Argyle (Brian Cox) longe de seu lar. Ao retornar à Escócia, ele se casa secretamente com a bela Murron (Catherine McCormack), que acaba capturada e executada por soldados ingleses. Tomado pelo sentimento de vingança, Wallace comanda uma retaliação contra os executores de sua amada, dando início a um movimento que desfiou o poder do Rei Eduardo I (Patrick McGoohan) na busca pela soberania escocesa. Tomando várias liberdades poéticas em relação aos fatos históricos, romanceando parte dos mesmos, Gibson conduz um filme vibrante, marcado por boas doses de emotividade, intrigas – como as que cercam a presença da Princesa Isabel de França (Sophie Marceau) – e pelas sangrentas sequências de batalha, para as quais o astro/diretor demonstra particular desenvoltura. Esse retrato heroico de Wallace, que defendeu a liberdade de seu povo até o último suspiro – a independência da Escócia viria, de fato, poucos anos após sua morte, sob o comando de Robert de Bruce (Angus Macfadyen), que assumiu o trono do país – valeu a Gibson a aclamação como realizador, com o filme sendo indicado a dez Oscar e conquistando cinco estatuetas: Filme, Diretor, Fotografia, Maquiagem e Edição de Som.
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