Tieta (Sônia Braga) acabou de perder o marido abastado e volta para sua pequena cidade natal com a enteada, Leonora (Cláudia Abreu), a tiracolo. Cheia da grana e charme, a influente viúva faz de sua chegada um acontecimento e logo volta a despertar a inveja da irmã carola, Perpétua (Marília Pêra, excelente no papel). Movimentando a vida pacata dos habitantes, Tieta, sem demora, começa obras num mangue seco perto dali, manda instalar energia elétrica na cidadezinha, se envolve com o próprio sobrinho padre (!), isso enquanto passa a fazer negócios com o pai e certo coronel casca grossa que parece mandar numa porção de gente. Emprestando a sua sensualidade e irreverência habituais a uma personagem naturalmente expansiva, Sônia Braga é dona de quase todos os melhores momentos deste drama/comédia/romance que representa, numa reflexão mais apurada, um estilo que somente o cinema brasileiro consegue ser capaz de realizar: um que navega entre diversos estilos sem parecer uma miscelânea indecisa de tons, mas, sim, um reflexo da vida do brasileiro comum. O filme é dirigido por Carlos Diegues a partir do livro homônimo de Jorge Amado, de um modo divertido que recorrentemente lembra o humor ágil de Ariano Suassuna.