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Os símios não são apenas os animais que mais se aproximam do homem em questão física e de inteligência. Os primatas são também estrelas do cinema desde o lançamento do primeiro King Kong, lá em 1933, e vem ocupando as telas desde então como fofos amigos de mocinhas loiras, companheiros inseparáveis de machos turrões e, é claro, protagonistas de alta estirpe de ficções científica. Uma delas é a estreia da semana Planeta dos Macacos: O Confronto, que dá seguimento aos eventos mostrados em Planeta dos Macacos: A Origem (2011) e deve desembocar no futuro apocalíptico mostrado no primeiríssimo longa da série, Planeta dos Macacos (1968). Por sinal, já adianto que este é um dos títulos listados no Top 10 desta semana, que não poderia ter outro tema: os melhores filmes com macacos, símios, primatas, ou como vocês quiserem chamar. Confira a lista dos críticos do Papo de Cinema!

 

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O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968)
Quando pensamos em filmes que contam com macacos em suas histórias, O Planeta dos Macacos deve ser um dos primeiros a serem lembrados. Famosa ficção-científica da década de 1960, o filme se passa em um futuro distante e traz Charlton Heston como o astronauta George Taylor que, ao lado de dois outros colegas, cai acidentalmente em um planeta onde símios inteligentes e que agem como humanos são a raça dominante, enquanto as pessoas ficam presas em cativeiro. Partindo disso, o filme se revela brilhante tanto no desenvolvimento da história e seus comentários sociais quanto em seu visual (a maquiagem de John Chambers para os macacos foi revolucionária na época). Além disso, o filme traz em sua última cena aquela que é considerada uma das grandes reviravoltas da história ao mostrar o lugar no qual Taylor estava o tempo todo. A proposta de O Planeta dos Macacos é tão interessante que o sucesso do filme o transformou em uma franquia que vem rendendo frutos até hoje, como mostra a própria estreia da semana, Planeta dos Macacos: O Confronto. – por Thomás Boeira

 

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2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey, 1968)
O clássico de Stanley Kubrick é considerado um dos melhores filmes da história do cinema e primeiro lugar quando se fala no gênero de ficção científica. A história um misterioso monólito negro que parece remeter a uma outra civilização fora da Terra desde o início dos tempos até o século XXI, é muito lembrada pelo embate entre a equipe de astronautas que vai investigar o objeto com o computador HAL 9000, que mata um a um os tripulantes para controlar a nave Discovery. Porém, no início do longa, os protagonistas são os macacos, que descobrem os ossos como armas e entram em guerra com seus rivais da mesma raça. Após o embate, uma alusão à sede de poder e confronto do homem, uma das cenas mais marcantes de todos os tempos da cinematografia mundial: um deles lança o osso para o céu e a câmera mostra o objeto rodopiando no ar em sentido anti-horário quando sobe e horário ao descer até, quatro milhões de anos depois, aparecer a nave no espaço, resumindo a história da humanidade. Genial, para dizer o mínimo. – por Matheus Bonez

 

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Doido para Brigar… Louco para Amar (Every Which Way But Loose, 1978)
Clint Eastwood tinha sido Dirty Harry, o Estranho Sem Nome dos spaghetti westerns de Sergio Leone, já era cineasta com alguns filmes no currículo, mas aceitou no final da década de 1970 interpretar um caminhoneiro que resolve atravessar os Estados Unidos na companhia do amigo orangotango atrás da cantora country com quem topou num bar. O personagem de Clint acha que a garota está metida em problemas com o antigo namorado e isso, fora a vontade de ficar com ela, é claro, já é motivo suficiente para a empreitada ao lado de insólito companheiro de estrada e de aventuras. Doido Para Brigar… Louco Para Amar passava muito na Sessão da Tarde. É uma boa pedida, sobretudo pela curiosidade de ver o hoje consagrado Eastwood num filme em que ele faz uma caricatura sincera de si próprio, a bem da verdade não se levando muito a sério. Minhas lembranças do filme são bastante turvas, pois não o vejo há muito tempo, mas a imagem do carrancudo Clint abraçado no orangotango lutador é clássica para quem cresceu vendo filmes nas tardes televisivas dos anos 1980 e 1990. – por Marcelo Müller

 

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Nas Montanhas dos Gorilas (Gorillas in the Mist: The Story of Dian Fossey, 1988)
Uma das maiores injustiças da história do Oscar – e olha que não foram poucas em mais de oitenta anos de premiação – aconteceu em 1989 com a atriz Sigourney Weaver. Premiada duplamente no Globo de Ouro, nas categorias principal em Drama, por este filme, e também como Coadjuvante, pela comédia Uma Secretária de Futuro (1988), ela bisou as duas indicações junto à Academia de Hollywood. No entanto, apesar da condição de favorita em ambas as situações, terminou a festa de mãos abanando. E, se no filme dirigido por Mike Nichols sua participação é menor – e até mesmo descartável –, é nesta intensa cinebiografia dirigida por Michael Apted que ela mostra todo o seu talento enquanto intérprete ao dar vida à estudiosa e ativista Dian Fossey. Assim como a cientista que, ao ir para a África estudar o desaparecimento de gorilas da montanha se apaixonou pela causa e passou a lutar para salvar estes animais, também Weaver se entregou de corpo e alma a este trabalho, embrenhando-se na selva e convivendo com orangotangos, chimpanzés e gorilas – é claro – dos mais diversos tamanhos, idades e periculosidade. Um esforço que se vê na tela, mostrando de vez que os macacos também são dignos dos mais altos reconhecimentos da indústria cinematográfica – e o total de cinco indicações que o filme recebeu são um bom atestado desta verdade. – por Robledo Milani

 

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Congo (1995)
Depois de ter escrito o megasucesso Jurassic Park (1993), Michael Crichton virou figura mítica em Hollywood. Produtores correram para assegurar direitos dos seus livros, alguns com resultado interessante, como é o caso do thriller Assédio Sexual (1994), outros com fraco desempenho nas bilheterias, como Sol Nascente (1993). Congo chegou em 1995 com potencial para o sucesso. Conseguiu boa bilheteria, mas a resposta negativa da crítica não caiu bem dentro do estúdio, que nunca encomendou continuações. Terceiro filme dirigido pelo produtor Frank Marshall (depois de Vivos, 1993, e Aracnofobia, 1990), o longa-metragem contava com bom elenco, capitaneado por Laura Linney e Tim Curry. Na trama, a ganância humana coloca todos em perigo quando uma expedição em busca de diamantes inexplicavelmente desaparece do radar. Para encontrá-los, um time de resgate parte para o Congo, com a ajuda de um “gorila falante” – resultado de uma pesquisa inovadora que conseguia dar “voz” a primatas. Os efeitos especiais envelheceram mal, é verdade. Era vontade de Frank Marshall fazer dos macacos o mesmo que Spielberg havia feito com os dinossauros em Jurassic Park, utilizando computação gráfica para recriá-los. Sem a tecnologia necessária para tanto, Stan Winston – o mago dos efeitos – teve de se virar para conseguir convencer com os gorilas sanguinários da história. O resultado não é de outro mundo, mas pode entreter numa tarde chuvosa. – por Rodrigo de Oliveira

 

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Epidemia (Outbreak, 1995)
Este drama de ação pelo competente Wolfgang Petersen, na verdade, é melhor em seu argumento do que no resultado final. O plot é interessante: um vírus desconhecido mata toda uma tribo e seus animais no Zaire, na África. O governo, sem pudor nenhum, lança uma bomba para liquidar a doença, nem que seja matando mais pessoas, mas alguns macacos conseguem fugir. Um deles, portador do vírus, é contrabandeado para os Estados Unidos, contaminando um jovem. Logo, a doença se torna a epidemia do título e dois doutores, um casal já separado, precisam descobrir um antídoto o quanto antes. Apesar de uma direção segura e do elenco estelar que tem Dustin Hoffman, Rene Russo, Morgan Freeman, Cuba Gooding Jr., Kevin Spacey e Donald Sutherland, logo o filme cai no clichê de pessoas mal intencionadas do governo que não querem a cura, entram cenas de ação que parecem não ter tanto propósito (por mais bem executadas que sejam) e o final é mais do que esperado. É uma boa diversão se visto na tela de casa, apesar de que poderia ter sido bem mais do que isso. – por Matheus Bonez

 

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Poderoso Joe (Mighty Joe Young, 1998)
Refilmagem de uma aventura homônima produzida em 1949, Poderoso Joe chegou aos cinemas norte-americanos no Natal de 1998 como uma peça de entretenimento familiar. Enérgico, tenso e emocional sem apelar excessivamente ao melodrama, o filme de Ron Underwood se inspira na atmosfera de E.T.: O Extraterrestre (1982) para narrar a história de um gorila gigante e amável, sua cuidadora (Charlize Theron, em um de seus primeiros filmes) e um zoólogo (Bill Paxton) em meio a belíssimas paisagens naturais da África. Reproduzindo as proporções trágicas de King Kong (1933), o trio se muda para um santuário de animais em Los Angeles e Joe logo passa a ser ameaçado por um caçador ilegal. Indicado ao Oscar de Efeitos Visuais, Poderoso Joe equilibra drama e aventura em proporções corretas enquanto desenvolve muito bem a empatia do espectador com seus protagonistas. Charlize Theron, obviamente belíssima e magnética, esbanja graça e atinge o improvável feito de ofuscar o gorila gigante em grande parte do filme. Seu talento já era evidente, assim como seu cuidado ao desenvolver sua personagem com imersões na África, continente onde nasceu e posteriormente retornou para trabalhos humanitários – um deles, inclusive, com a antropóloga e primatóloga Jane Goodall. – por Conrado Heoli

 

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Tarzan (1999)
Criação do escritor Edgar Rice Burroughs, a história de Tarzan, o homem-macaco, é amplamente conhecida. Criança perde seus pais e é criado por gorilas que o aceitam como igual. Quando tem contato com humanos, Tarzan descobre suas origens, se apaixona por uma bela jovem chamada Jane e acaba abandonando a selva – para depois retornar, desgostoso com a maldade e hipocrisia humana. Foram inúmeras as versões para o cinema, as primeiras e mais conhecidas estreladas por Johnny Weissmuller ao lado da macaca Cheeta (que, na verdade, era interpretada por um macaco macho). Dezenas e dezenas de versões depois, a Disney resolveu dar sua roupagem ao homem-macaco em um belo desenho lançado em 1999. Ainda que com diversas diferenças em relação ao livro de Burroughs, a animação conseguiu dar ao personagem central uma movimentação nunca antes vista. Tarzan se embala por cipós, pula de árvore em árvore com velocidade assustadora. A trama dá importância tanto à família símia do protagonista quanto sua paixão humana, trazendo um equilíbrio muito bem-vindo à história. Grande sucesso de bilheteria dos estúdios Disney, Tarzan rendeu duas continuações: Tarzan & Jane (2002) e Tarzan 2 (2005), nenhuma chegando perto do resultado do original. – por Rodrigo de Oliveira

 

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Extermínio (28 Days Later…, 2002)
Sucesso de crítica e público, Extermínio é um dos filmes recentes que melhor explora a temática zumbi. Em meio à confusão entre cientistas e o grupo de ativistas que invade um laboratório onde macacos são feitos de cobaia, os símios transmitem aos presentes uma violenta mutação do vírus da raiva que, alastrado rapidamente, transforma a população de Londres, pouco a pouco, numa horda de mortos-vivos comedores de carne humana. 28 dias depois desse incidente inicial, o jovem Jim (Cillian Murphy) acorda num hospital, sem a mínima noção do que aconteceu com a cidade agora vazia. Sua missão, como a dos demais sobreviventes, é apenas continuar vivo. Impressionam as cenas da capital inglesa completamente deserta, devassada pelas criaturas que exterminam tudo que veem pela frente. Ao contrário dos zumbis vagarosos dos primórdios, os de Extermínio são rápidos, o que aumenta consideravelmente a ameaça.  O clima de tensão é ditado pela câmera nervosa de Danny Boyle, bem como pela montagem e a direção de arte que torna o cenário apocalíptico totalmente verossímil. Os filmes que dão sequência a Extermínio não são tão bons, e há um bom tempo se ventila a possibilidade de Boyle voltar à franquia, o que certamente não seria má ideia. – por Marcelo Müller

 

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King Kong (2005)
Já que o Top 10 desta semana ocorre em função do novo Planeta dos Macacos: O Confronto, no qual Andy Serkis interpreta o protagonista César, nada mais apropriado do que colocar nesta lista um dos “monstros” mais famosos da História da sétima arte, King Kong. Personagem que, inclusive, já foi interpretado por Serkis também, no excelente remake dirigido por Peter Jackson, que havia revelado o ator para o mundo quando o colocou para interpretar Gollum na saga O Senhor dos Anéis. Já perito em encarnar personagens digitais, Serkis é importante peça do sucesso desta versão de 2005 do gorila gigante, que aderiu ao imaginário dos espectadores depois do clássico de 1933, voltando para traumatizar o mesmo público com o cafona remake de 1976, estrelado pelos ainda jovens Jeff Bridges e Jessica Lange. Ao lado de Naomi Watts, o monstrengo, construído a partir de exímios efeitos especiais, vive uma delicada história de amor, que assim é tratada por Jackson em meio a alucinantes sequências de ação, incluindo uma luta entre Kong e três tiranossauros. Sim, um era suficiente em 1933, o público de hoje exige três, que é o mesmo número de Oscars que a produção arrecadou. Vida longa ao maior e mais famoso macaco do cinema. – por Yuri Corrêa

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