Nesta sequência de sua obra mais famosa, Frankenstein, James Whale volta ao romance de Mary Shelley buscando adaptá-lo com um grau maior de fidelidade. Abrindo com um prólogo no qual a autora (Elsa Lanchester) revela a Percy Shelley (Douglas Walton) e Lord Byron (Gavin Gordon) que o final aparentemente trágico do filme anterior não resultou na morte de Frankenstein (Colin Clive) e da criatura (Boris Karloff), a narrativa traz o afetado Doutor Pretorius (Ernest Thesiger) como uma ferramenta para persuadir Henry a voltar ao laboratório e criar um par a seu monstro. Mesmo aparecendo muito brevemente em cena, a personagem-título (Lanchester) transformou-se num ícone do cinema, com um visual inconfundível. Apesar de carregar um tom mais leve que o do primeiro filme, esta versão investe também na complexidade do personagem de Karloff, algo pouco explorado anteriormente. Em um bondoso senhor cego (O.P. Heggie), a criatura encontra seu primeiro amigo e, com ele, aprende a falar, passando a compreender sua verdadeira natureza e também a dor de ser rejeitado pelo próprio criador. Uma eficiente sequência e ótima adição à mitologia dos Monstros da Universal, este longa é, assim como seu antecessor, um clássico absoluto do horror. – por Marina Paulista