Nosferatu, de F.W. Murnau, gerou tamanha popularidade e assombro em torno da mítica de um ser imortal e chupador de sangue que, obviamente, levou a Hollywood de ouro dos anos 1930 a querer realizar a sua própria versão. Dessa vez com som, sem as cartelas em alemão que precisavam ser legendadas e, claro, com a permissão de utilizar o nome original do personagem, algo que Murnau não pôde fazer. Assim surgiu este clássico de Tod Browning, baseado na obra de Bram Stoker. Quando um corretor de imóveis vai visitar um cliente no longínquo castelo deste, acaba como escravo hipnotizado, encarregado de ajudar seu mestre a chegar à Londres, onde pretende orquestrar um plano sangrento. Esse misterioso homem, claro, é Drácula, vivido de forma icônica por Béla Lugosi. Sem qualquer trilha sonora de amparo dramático – pois a Universal acreditava que, sendo o som uma nova invenção no cinema, deveria ser usado parcimoniosamente para não confundir o espectador – o filme é estranhamente silencioso para um público moderno, porém, isso acaba lhe servindo como mérito. A atmosfera, aliada à performance de Lugosi e à direção de Browning, consolidaram o personagem como um mito. – por Yuri Correa
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