O Homem Invisível, pilar da literatura de ficção científica, de H. G. Wells, já recebeu inúmeras adaptações cinematográficas, incluindo o clássico da Universal, de 1933, estrelado por Claude Rains. Décadas depois, o holandês Paul Verhoeven apresentou sua visão sobre o personagem e as questões morais envolvendo o tema. A trama acompanha uma equipe de cientistas, liderada pelo egocêntrico Sebastian Caine (Kevin Bacon), que trabalha na criação da fórmula da invisibilidade em um laboratório militar. Após um teste bem-sucedido com um gorila, Caine decide realizar o experimento em si próprio, porém o processo de reversão falha, mantendo-o invisível. A condição especial afeta o cientista que, tomado pela ânsia de poder, decide eliminar os envolvidos no projeto. O roteiro pouco inspirado perde a chance de melhor explorar a presença do homem invisível no mundo exterior, optando por confinar a maior parte da ação no laboratório. Tal escolha, contudo, favorece a criação do suspense através das habilidosas mãos de Verhoeven – inserindo sua tradicional dose de sangue e perversão, e contando com espetaculares efeitos visuais. Apesar disso, e do competente elenco (Bacon, Elisabeth Shue, Josh Brolin), o filme não obteve o sucesso esperado, se tornando a última incursão hollywoodiana do cineasta até o momento. – por Leonardo Ribeiro
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