Embora seja excelente, a experiência de assistir a este filme é das mais sofridas. O incômodo pelo qual passam os espectadores do premiado trabalho de Steven Spielberg foi planejado pelo cineasta. Diferentemente de seus longas-metragens anteriores, nos quais sempre buscava a aceitação e o abraço da plateia (garantindo assim bilheterias altíssimas), desta vez Spielberg não se importou com afagos ao público. Muito pelo contrário. Em tom documental, ofereceu sequências que chocam, causam náuseas, nos deixando boquiabertos pela falta de humanidade num capítulo dos mais vergonhosos da História. Aqui, o realizador mostra o Nazismo em sua mais pura essência. Quem personifica o lado nazista como ninguém é Ralph Fiennes, vivendo Amon Goeth, oficial que chega à Cracóvia para supervisionar a construção dos campos de concentração. Goeth é sádico, sanguinário. Pratica tiro ao alvo com seres humanos, se importando pouco com qualquer um que não seja ele mesmo. Estrategicamente, Schindler (Liam Neeson) faz amizade com o oficial e passa a tentar influenciá-lo. Embora o nazista tenha momentos de dúvida sobre seu papel no episódio, ele não busca ser mais humano. Pelo contrário. Seu objetivo é ser divino e Schindler observa muito bem isso, alimentando o ego do pretenso amigo. “Nada é mais poderoso do que o perdão”, tenta argumentar o alemão para Goeth. Por algum tempo, esse pensamento assombra o oficial. Mas qualquer mudança ali se mostra improvável. – por Rodrigo de Oliveira
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