20170730 bastardos inglorios papo de cinema

“Quando se junta ao meu batalhão, você contrai uma dívida. Uma dívida que você me deve pessoalmente. Cada um de vocês, sob meu comando, me deve uma centena de escalpos nazistas. E eu quero meus escalpos. E vocês todos me darão cem escalpos, tirados da cabeça de cem nazistas mortos. Ou vão morrer tentando”. O tenente Aldo Raine (Brad Pitt) poderia ser mais direto em sua estratégia de guerra? Esse é o objetivo do grupo comandado pelo focado militar, entrando em linhas inimigas para matar todo e qualquer nazista. Quentin Tarantino faz um de seus melhores filmes ao contar, à sua maneira, episódios da Segunda Guerra Mundial. Se, de um lado, temos o herói interpretado por Brad Pitt, de outro, há o “caçador de judeus” Hans Landa (Christoph Waltz), um sádico, porém brilhante, investigador nazista que serve como principal nêmesis aos mocinhos do longa. É bom que se diga que a História real é totalmente abandonada por Tarantino. Ele cria sua própria realidade nesta fábula sangrenta. Portanto, pode ser surpreendente, mas nada repreensível observar figuras históricas perecendo nas mãos do pelotão de Aldo Raine. O cineasta se dá o direito de aproveitar a liberdade que o papel em branco lhe proporciona, para criar um desfecho apoteótico e muitíssimo bem-humorado. O italiano macarrônico dos bastardos é motivo de risos, assim como a confortável maneira com que Hans Landa passeia pelos mais diversos idiomas. É um trabalho meticuloso de Quentin Tarantino, com a última frase do filme podendo muito bem ser proferida pelo próprio cineasta: “Sabe, acho que esta pode muito bem ser minha obra-prima”. – por Rodrigo de Oliveira

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