Neste belíssimo longa-metragem, Laís Bodanzky comove e faz pensar, contando a história de Rosa (Maria Ribeiro), mulher que passa por um momento conturbado na vida. Sua mãe, Clarice (Clarisse Abujamra), lhe faz uma revelação bombástica durante um almoço de família: Homero (Jorge Mautner) não é, na verdade, seu pai biológico. Isso compreensivelmente transtorna Rosa de muitas formas. Não bastasse essa descoberta surpreendente, uma doença na família coloca ainda mais para baixo a combalida Rosa, que ainda tem dúvidas se seu marido, Dado (Paulo Vilhena), a está traindo. É nesse turbilhão de emoções que a protagonista tentará encontrar seu caminho. Como Nossos Pais é sensível ao mostrar os dramas da personagem principal, com uma interpretação segura de Maria Ribeiro. Rosa é forte, mas não endurecida por sua realidade. Ou, ao menos, tenta não embrutecer com os sopapos que leva. Ao lado do pai, nos momentos mais ternos do longa, ela demonstra todo o carinho sentido por aquela figura paterna que, mesmo não sendo seu pai biológico, sempre lhe será alguém especial. Ao lado da mãe, as faíscas se soltam. As opiniões das duas são fortes, muito parecidas, mas sempre em choque. Rosa e Clarice são as forças motrizes do longa-metragem. Clarisse Abujamra rouba as cenas apenas com sua potente presença. O filme fez bonito no Festival de Gramado, onde foi exibido e saudado com seis kikitos – Melhor Filme, Direção, Atriz (Ribeiro), Ator (Vilhena), Atriz Coadjuvante (Abujamra) e Montagem. Um dos melhores filmes do ano, sem sombra de dúvida, e mais uma trabalho maiúsculo da sempre competente Laís Bodanzky.
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