“Juliana recém chegou, mas já sabe o que fazer: assumir o cargo para o qual foi chamada após ter sido aprovada em um concurso público. O trabalho é importante, porém pouco reconhecido: passa a agir como agente de saúde no combate à dengue. Assim, ao lado de colegas mais experientes, leva seus dias visitando casas e residências de bairros menos favorecidos de Contagem, na periferia de Belo Horizonte. O salário é baixo, mas há a segurança do serviço público. Seria, portanto, o período de estabilização que há tanto procurava. Mas, provavelmente, não mais do que isso. Afinal, é apenas uma Temporada na vida dessa mulher, que muito deixou para trás, mas tanto mais espera conquistar logo à frente (…) Entre o convívio com os colegas e as tentativas de estabelecer contato com aqueles que ficaram para trás, começa a vislumbrar como será dali em diante. Por quê o marido não lhe atende? Onde estão suas coisas? Aquele lugar, que ela mesma chama de ‘barraco’, poderá se tornar um lar? Mais do que essas preocupações instantâneas, no entanto, começa a se abrir para algo até então inédito: a possibilidade do afeto. Aos poucos vamos descobrindo as ranhuras de sua existência prévia. É por isso que um convite para jogar Playstation, uma festinha no fim de semana ou até mesmo um passeio ao centro – que pode, inclusive, terminar com um corte de cabelo – podem ter tanto significado. É no pouco que a diferença se impõe. Afinal, para quem nunca teve nada, qualquer coisa oferecida pode representar algo inédito”.
:: Confira na íntegra a crítica de Robledo Milani ::