“Em A Sombra do Pai, a diretora Gabriela Amaral Almeida segue em sua investigação pelo cinema de gênero, porém se em O Animal Cordial (2017) o excesso terminava por ditar a regra, o caminho dessa vez é mais discreto e subliminar. Não por acaso, também mais permanente e intenso (…) Da trilha sonora, que surge como impositiva apenas nos momentos mais cruciais, preferindo assumir uma posição complementar durante a maior parte do processo, à edição precisa, que busca evitar desencontros – e na maioria das decisões se revela feliz – para colaborar nesse crescente de angústia e desespero ao qual estes indivíduos se encontram. A Sombra do Pai é uma viagem muitas vezes sem volta, na qual o naturalismo das situações e a introdução do fantástico caminham lado a lado, de mãos dadas, sem sustos ou tropeços. São realidades distintas, porém complementares. Aceitá-las nem sempre será fácil, mas aprender com elas é o que fará a diferença entre vida e morte, entre resistir ou se entregar (…) Dentro desse cenário tão limitado, seja de afetos perdidos ou carências à flor da pele, Gabriela deposita em dois talentos singulares a condução da sua história”.
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