5 – La La Land: Cantando Estações

Publicado por
Matheus Bonez

Mia (Emma Stone) quer ser atriz em Hollywood. Sebastian (Ryan Gosling) tem como sonho abrir uma casa de jazz. Ele está desempregado e vive de bicos como músico. Ela é uma garçonete vizinha dos grandes estúdios de cinema e que não aguenta mais fazer audições em busca de uma chance para o estrelato. Ao longo de quatro estações, eles se encontram. Se estranham. Se atraem. Se apaixonam. Porém, à medida que um começa a renegar o próprio sonho para conseguir viver sem se preocupar com as contas, a outra se frustra mais ainda pelo fracasso em tentar um caminho próprio. Não fosse a direção e roteiro precisos do quase novato Damien Chazelle (que já havia demonstrado um grande talento autoral em Whiplash: Em Busca da Perfeição, 2014), a química inegável de Stone e Gosling e os números musicais que relembram a Era de Ouro de Hollywood, talvez este fosse apenas mais um exemplar do mesmo. Um romance como qualquer outro. Porém, por baixo de toda aquela fotografia magnífica, dos belos quadros fantásticos e de uma aparente plasticidade, o filme é um belo retrato de amor não romântico. Ao menos, não da forma clássica que todos esperam. Nem todo mundo se encontra e se separa porque os sentimentos acabam. Talvez a mensagem agridoce da produção possa não ter agradado a todos. Afinal, como assim o amor não é maior que qualquer dificuldade? Nem sempre aquela paixão resiste às diferenças de opinião, de caminhos. E também não é sempre que as estrelas da cidade vão brilhar sobre todos os apaixonados. No fim, só resta imaginar como as coisas poderiam ter sido se os caminhos fossem outros. Algo que La La Land lembra à gente com uma triste maestria.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.

Últimos artigos deMatheus Bonez (Ver Tudo)