“Qualquer desavisado na audiência que não se submeter ao processo de imersão que O Paraíso Deve Ser Aqui exige poderá considerar, apressadamente, que se trata de um filme sem história. E quem assim o fizer, não poderá estar mais enganado. No entanto, ao invés de optar por uma narrativa linear, o que o diretor e roteirista prefere é conduzir sua plateia por uma sequência de imagens compostas que terminam por gerar não somente impressões, mas também reflexos e identidades. Será através dos sentimentos emulados por tais cenários que irá se formar o ideal almejado durante o trajeto deste homem – o próprio Suleiman – que, da sacada de sua casa, observa o vizinho roubar limões no terreno ao lado, da mesma forma como se depara com o astro Gael Garcia Bernal em uma interação tão surreal quanto pacífica. Esse encontro, reservado para os instantes finais dessa caminhada, pode dar a entender que o cineasta está a interpretar a si mesmo. Pois é exatamente isso, ou absolutamente o oposto. Ou seja, é ele, ainda que em uma nova e inédita versão (…) Com uma postura quase chapliniana frente ao exterior, em que a resignação tem papel tão fundamental quanto o embate silencioso daqueles que não desistem, Elia Suleiman faz de O Paraíso Deve Ser Aqui não uma dúvida, mas, ao invés disso, uma afirmação”.
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