20171229 amityville despertar papo de cinema

Não sei o que pensam alguns produtores de Hollywood. Franquias de terror vivem altos e baixos, mas algumas, que parecem enterradas, voltam como os espíritos dos filmes. Aqui há uma prova disso. A lenda urbana que dá origem a essa história já rendeu livro e, consequentemente, o filme Horror em Amityville (1979). Desde então, outras produções beberam na mesma fonte, sem o mesmo toque de originalidade ou sucesso. Então, por que cargas d’água refazer, mais uma vez? Se há uma tentativa de auto-sátira, como a reunião dos amigos na madrugada para ver o filme o original, ela se perde totalmente quando o terror realmente começa. E isso demora. Bella Thorne até se esforça para salvar sua protagonista do desastre, mas nem o roteiro ou a direção ajudam. Aliás, a única preocupação das lentes é mostrar o corpo curvilíneo da atriz. Parece um revival dos anos 80, e não em boas maneiras. Jennifer Jason Leigh parece que está ali somente pra pagar as contas. Afinal, apenas assim pra aceitar o papel de uma mãe atormentada com o filho em coma e que resolve se mudar, olhem só, para uma casa mal assombrada. Quer ideia mais idiota? Sem contar os clichês de sempre assim que o terror se instala: o aumento da trilha quando algo está prestes a acontecer, uma sombra aparecendo em flash pra causar susto (o que não ocorre). Não à toa a data de lançamento do longa foi chutada pra frente várias vezes. Nem precisava ter sido lançado, na realidade. Realmente, é um filme de horror. Na pior concepção possível.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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