Nada menos que seis longas do selo Marvel chegaram às telas em 2018: Pantera Negra, Vingadores: Guerra Infinita, Deadpool 2, Homem-Formiga e a Vespa, Venom e Homem-Aranha no Aranhaverso – isso sem contar o trambique Era Uma Vez um Deadpool. E se nem todos atingiram as expectativas levantadas, ao menos chegaram perto – o primeiro, aliás, está em diversas listas de melhores do ano e já vem sendo apontado como um dos fortes candidatos ao Oscar 2019. Enquanto isso, a editora concorrente, DC Comics, tinha de se preocupar apenas com um projeto: Aquaman. E o que fez? Soltou as rédeas e deixou o diretor James Wan fazer qualquer loucura que lhe desse na telha. E assim foi feito, ao ponto de encontrarmos em cena uma aventura colorida, repleta de situações absurdas e que tenta a todo custo se aproximar do clima comédia dos títulos do Universo Marvel, se afastando, infelizmente, da ambientação série e realista pregada por Christopher Nolan na trilogia O Cavaleiro das Trevas ou nas primeiras incursões do Homem de Aço de Zack Snyder – que podiam ter os seus exageros, mas ainda assim eram muito mais consistentes do que as produções recentes, que visam transformar tudo em piada, sem se preocupar com as consequências dessas decisões. Assim, temos um herói submarino relutante, perucas mal colocadas, efeitos especiais que não apresentam algo de novo, vilões que se sobrepõem sem muito sentido e atores de calibre sendo desperdiçados – como Nicole Kidman e Willem Dafoe, que acabam tendo o mesmo espaço de um Dolph Lundgren ou uma Amber Heard. O excesso grita por todos os lados, nada parece fazer muito sentido e nem mesmo a lógica interna dos personagens é respeitada. Para quem não se preocupa com o gênero, até pode soar tão divertido quanto passageiro. Agora, para qualquer um mais atento, o que se vê aqui é um desastre do início ao fim.
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