Certamente, o gênero que mais apresentou porcarias nas telas em 2018 foi o terror. E por um motivo bastante simples: a quantidade de longas do gênero é imensa – toda semana tem um novo estreando – e a maioria é feita com baixos orçamentos, se preocupando apenas em repetir velhas fórmulas. Selfie para o Inferno, escrito e dirigido por Erdal Ceylan, é tão horroroso – no pior sentido – que nem ao menos chegou a ser exibido nos cinemas norte-americanos, sendo desovado em pouquíssimos países. Nós, brasileiros, fomos um dos poucos que tivemos esse (des)prazer, ao lado de lugares como a Turquia, as Filipinas, o Canadá e a Malásia. E a explicação para tamanho desastre é simples. Em sua crítica, Matheus Bonez, que escreveu sobre o filme aqui no Papo de Cinema, declarou: “nada faz sentido. Quanto mais a trama “avança”, mais sem nexo fica, com um romance desnecessário que mal engrena, um tarado por dor na jogada e, ainda por cima, fica a dúvida se existe realmente uma entidade maligna por trás de tudo. Tentativas malfadadas de provocar algum susto causam sono no espectador, mais do que qualquer frio na barriga. E a trilha incessante não ajuda. O elenco, menos ainda”. E ainda finaliza: “Olha, é difícil acabar com um longa numa crítica, porque ainda se tenta ponderar todo o trabalho da equipe, as dificuldades de se fazer cinema comercial e rasteiro fora de Hollywood, etc. Mas, aqui, tudo é indefensável. Da vontade caça-níquel à falta de criatividade/talento, a única coisa que resta ao final desta pouco mais de uma hora interminável são bocejos. Dos grandes. No final, era melhor ter ido ao inferno mesmo”.