Robin Williams foi um dos atores mais completos de sua geração. Desfilando sempre com naturalidade entre o drama e a comédia, ele alcançou, nos anos 90, o posto de ator mais simpático, o que fez com que o papel do Dr. Hunter “Patch” Adams caísse naturalmente no seu colo. O médico conhecido pelo tratamento humanizado com pacientes, especialmente terminais, costumava usar nariz de palhaço em algumas de suas “intervenções” para alegrar o dia dos internados. Uma interessante história de vida que começou com uma tentativa de suicídio e uma passagem pelo hospital psiquiátrico. Adams descobriu a vontade de ajudar os outros a não passarem o que ele mesmo sofreu antes de entrar em definitivo na faculdade de medicina. A falta de tato e a maneira fria com que seus colegas tratavam os pacientes fez o residente ter um contato mais próximo com quem estava 24 horas numa cama sem poder ver seus amigos e familiares. O longa falha em vários momentos por deixar lacunas nesse belo conto (não sabe porque Adams estava deprimido antes da reviravolta na sua vida, ou mesmo o quão bom médico era, além do reitor ser tratado como um vilão sem coração que tinha implicância com Adams). Porém, o filme é Williams fazendo seu melhor, que é emocionar o público através de sua alegria e empatia com o próximo, algo que o aproxima tanto do próprio Adams do lado de cá da tela. Seja com palhaçadas ou palavras doces, a produção já vale a pena só por contar com o talento do ator, provando que um bom intérprete consegue segurar de verdade uma produção sem tantos predicados quanto se espera.
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