Estreia prevista para 12/04/2018
Em A Caça (2012), Lucas (Mads Mikkelsen) era acusado por uma menina da creche onde ele trabalhava de ter abusado dela. Aqui, o professor de natação vivido por Daniel de Oliveira é denunciado pela mesma situação, envolvendo um dos meninos que frequentava sua piscina. Se a primeira diferença entre os dois filmes parece estar no sexo dos menores envolvidos, a questão é mais profunda, e reside na condução das duas histórias e no que cada cineasta se propõe a discutir. No drama de Thomas Vinterberg, sabemos desde o princípio que Lucas é inocente, que a denúncia é originada por outros fatores e as atenções estão nas reações dos adultos. Já no filme de Carolina Jabor, feito apenas cinco anos depois do anterior, é até difícil chamar qualquer uma das pessoas envolvidas de “madura”, pois cada um reage de modo extremado, deixando a reflexão para um segundo momento. Não se sabe se o professor cometeu ou não o crime, e essa não parece ser a maior das preocupações: a partir do momento em que a mãe da criança expõe o caso nas redes sociais, ainda há espaço para julgamentos, ou basta acusar para ser condenado? O filme foi premiado no Festival do Rio, na Mostra Internacional de São Paulo e no Festival Mix Brasil. Tem-se aqui uma produção nacional absolutamente necessária, que merece não apenas ser vista, como discutida, dona ainda de desempenhos arrebatadores, com destaque para o protagonista, Oliveira, e para os coadjuvantes interpretados por Malu Galli e Marco Ricca.
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