Estreia prevista para 25/01/2018
Quem acompanha de perto a carreira de James Franco sabe que ela vive de altos e baixos. Tido em algum momento como artista promissor, ele chegou a ter ótimos trabalhos como ator, mas nunca, de fato, “aconteceu”. Claro, Franco fez muito sucesso comercial com algumas comédias, até algumas acima da média, mas nada como o que ele apresenta em Artista do Desastre, até mesmo porque aqui também assume a cadeira de diretor. É absolutamente surpreendente o que ele faz em ambas as funções. Como intérprete, cria um tipo impagável, Tommy Wiseau, personagem real – que ele mimetiza quase à perfeição – aspirante a estrela hollywoodiana que, a despeito do amor pelas artes dramáticas, não possui um pingo de talento. Com uma fala característica, o Tommy de Franco é um homem que faz de tudo, com boa dose de nonsense, para concretizar seus sonhos, inclusive bancar do próprio bolso (de onde vem tanto dinheiro?) a produção de The Room, escrito e dirigido por ele. Escapando à realidade, The Room é tido como o “Cidadão Kane dos filmes ruins”, uma estreia tão problemática que logo atingiu status de objeto de culto. Já enquanto cineasta, Franco demonstra habilidade para criar uma comédia agridoce, que desnuda, de certa maneira, a máquina hollywoodiana, seus bastidores, ao mesmo tempo em que se mostra uma declaração de amor ao cinema. A diversão se torna completa quando, ao subir dos créditos finais, temos ladeadas cenas de Artista do Desastre e The Room, o que deflagra o esmero do trabalho de James Franco, agora, sim, demonstrando-se um artista com vastas possibilidades.
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