Sem previsão de estreia
Quem foi Yonlu? Ou, melhor dizendo, quem é Yonlu? Pois, o garoto que se suicidou na adolescência, deixando para trás uma obra musical impressionante que despertou interesse inclusive no exterior, segue vivo no coração e na admiração de muitos que seguem consumindo seu trabalho e reconhecendo um talento que, infelizmente, foi interrompido cedo demais. O longa do diretor Hique Montanari teve a primeira exibição no Festival do Rio e foi premiado pelo júri da crítica na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e está previsto para chegar às telas de todo o país ainda no primeiro semestre de 2018. Realizado com extremo cuidado, fruto de uma direção sensível e de um elenco comprometido, encabeçado pelo jovem Thalles Cabral (que nos próximos meses também deverá ser visto em Teu Mundo Não Cabe nos Meus Olhos, longa ainda inédito de Paulo Nascimento), este filme não tenta investigar os motivos ou as frustrações desse rapaz, o que teria lhe acontecido para tomar a atitude que teve ou as consequências do seu ato. Muito melhor. Prefere se inserir na sua própria realidade, colocando-se como espectador privilegiado de uma mente tão criativa quanto perturbada, que poderia – e merecia – ter realizado tanto, mas contentou-se, infelizmente, com tão pouco. Uma aposta arriscada, mas que terminou por gerar um dos filmes nacionais mais belos dessa temporada, e que tem tudo para ser lembrado ainda por muito tempo, não só como exemplo de narrativa e abordagem, mas também com carinho e gratidão.