Estreia prevista para 16/05/2019
O cineasta cearense Halder Gomes parece realmente ter encontrado a fórmula que quase todos buscam no cinema brasileiro. Ele sabe, de fato, se comunicar com o público, para isso não recorrendo a expedientes canhestros ou a um humor chulo. Dando sequência ao grande êxito de Cine Holliúdy (2012), cujas qualidades iam bem além da peculiaridade das legendas que ajudam a entender o “cearencês”, Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral chega inicialmente em maio aos cinemas nacionais. Há um evidente ganho no que tange ao valor de produção, mas a mesma aposta num humor popular, com gosto de Trapalhões e congêneres que lotavam sessões nos anos 70 e 80. Há, também, umas pitadas bem colocadas de crítica social, vide o personagem do pastor que arrenda o cinema quando Francisgleydisson (Edmilson Filho) vai à falência por conta da baixa frequência de espectadores. Como a Sétima Arte está encruada na alma desse nordestino porreta, ele decide ir para outros caminhos, tornando-se diretor e realizando um longa-metragem de ficção científica, gênero, aliás, frequentemente utilizado para apresentar metáforas contundentes da realidade. O mecenato da candidata da situação à prefeitura local também se torna uma cutucada bem dada de Halder à forma como determinados políticos instrumentalizam a cultura. Mas, o destaque vai, mesmo, para a inteligência do humor, as tiradas sacanas e repletas de malícia, o desenvolvimento gostoso de um filme que tem credenciais para agradar um público amplo, sem aliena-lo, pelo contrário, “contrabandeando” algumas observações pertinentes em meio ao riso que proporciona.
:: Confira a crítica de Marcelo Müller sobre Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral ::
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