Estreia prevista para 24/01/2019
Um é branco, o outro é negro. Um é o patrão, o outro é o motorista. E os dois começam a relação profissional deles sob muitas birras e discussões, mas, aos poucos, vão se afeiçoando mutuamente, até se darem conta de que a amizade surgida entre eles irá transformar o modo como veem a vida. Parece ser a trama de Conduzindo Miss Daisy (1989), longa que ganhou o Oscar de Melhor Filme há quase três décadas. Mas serve também para Green Book: O Guia, título que tem tudo para repetir o mesmo feito tanto tempo depois. E isso se deve tanto pelas atuações superlativas dos protagonistas, os ótimos Viggo Mortensen (dono de duas indicações ao Oscar) e Mahershala Ali (oscarizado por Moonlight: Sob a Luz do Luar, 2016), como também pela direção surpreendente de Peter Farrelly, que até então só havia feito comédias no melhor estilo besteirol, como Quem Vai Ficar com Mary? (1998) e Débi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (1994). Mas o melhor mesmo é o roteiro – e os diálogos precisos – do próprio Farrelly, que inverteu a trama original – dessa vez, o homem branco é o motorista, enquanto o negro aparece como o patrão – para discutir temas urgentes e atuais, como preconceito, racismo e homofobia. O resultado é comovente e esclarecedor. Uma verdadeira lição de vida, que deve aquecer até os corações mais empedernidos. Tanto é que concorre ao Globo de Ouro em cinco categorias, ao Critics Choice em outras sete e foi eleito o melhor filme do ano pelos críticos de Nevada, North Texas e do National Board of Review!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.