20200102 um lindo dia na vizinhana papo de cinema

Estreia prevista para 23/01/2020
Um Lindo Dia na Vizinhança é também um filme de época habilmente conduzido por sua diretora, Marielle Heller. Já na seqüência de abertura é possível notar o capricho em estabelecer tal mundo idílico, retratado através da televisão com sua estética típica dos anos 60: tela em fullscreen, figurino um tanto quanto gasto em cores neutras, inserindo o lúdico como se fosse algo absolutamente trivial na vida daquele senhor tão simpático e de fala pausada, que convida todos a adentrar sua casa. Tamanho impacto não é por acaso. Não é por acaso porque Heller deseja indiretamente dialogar com o cinismo existente no cotidiano, de forma que o espectador estranhe e até renegue tal personagem por vezes afável até demais, para depois (re)conquistá-lo a partir de suas miudezas. Se esteticamente o longa-metragem demonstra apuro nesta divisão entre o que está diante e detrás das câmeras, alternando fotografia e também formato de tela para ressaltar tais diferenças, é na figura de Fred Rogers que tudo se sustenta, para o bem e para o mal. Se Hanks está adorável como Rogers, todo o resto ao seu redor é opaco até demais, ao ponto de se tornar irrelevante”.

:: Confira na íntegra a crítica de Francisco Russo ::

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Jornalista e crítico de cinema. Fundador e editor-chefe do AdoroCinema por 19 anos, integrante da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e ACCRJ (Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro), autor de textos nos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros", "Documentário Brasileiro - 100 Filmes Essenciais", "Animação Brasileira - 100 Filmes Essenciais" e "Curta Brasileiro - 100 Filmes Essenciais". Situado em Lisboa, é editor em Portugal do Papo de Cinema.
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