Que a expectativa em torno de Pantera Negra (2018) era grande, estava óbvio. Primeiro filme de super-herói dessa escala protagonizado por uma pessoa negra, o projeto trazia um elenco majoritariamente de pele escura e era dirigido por um cineasta igualmente negro. O que nem todo mundo esperava era que o vilão fosse roubar tanto a cena. O nome dele é Erik Killmonger. Seu intérprete, Michael B. Jordan, embarcou a convite do diretor Ryan Coogler, com quem já havia trabalhado em Fruitvale Station: A Última Parada (2013) e Creed: Nascido para Lutar (2015). Não apenas Jordan apresenta uma performance intensa, pois Killmonger carrega consigo ideais palpáveis para a comunidade negra. Sua revolta é contra o extermínio histórico de afrodescendentes, contra a segregação social que sofreram e os direitos que lhes foram proibidos. Além disso, Erik ganha um arco pessoal que toma tempo de tela, desenvolvendo a relação com o pai e a própria jornada de pobreza. Os dois picos emocionais da projeção pertencem a ele. Killmonger é menos um vilão e mais um antagonista aos métodos de T’Challa (Chadwick Boseman). E mesmo se você queira chamar ele assim, qual foi a última vez que um vilão te fez chorar? Deve ser uma lista pequena, mas Erik está nela.

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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.
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