Ultron (James Spader) em Vingadores: Era de Ultron (2015)

Publicado por
Yuri Correa

Ele dá título a uma das produções mais polêmicas da Marvel, mas é quase consenso no quesito vilania. Depois do sucesso de Os Vingadores (2012), Joss Whedon foi confirmado na direção da sequência, mas o andamento do projeto foi um caos. Reclamações dos produtores e insatisfação do público nas exibições teste estouraram o já enorme orçamento do projeto. Cortes foram necessários e esse processo acabou com Whedon se afastando da Marvel. Em meio a isso, numa coisa todos estavam de acordo: Ultron. Vivido através da técnica de performance capture por James Spader, o androide de inteligência artificial carrega quase todos os maneirismo do ator, seu sarcasmo e desdém implícitos, o tom debochado e a maneira de franzir o lábio em sinal de desgosto. Porém, Spader deu mais que isso ao robô, casando essa postura megalomaníaca com pequenos vislumbres de sensibilidade – como a decepção genuína na voz do vilão quando ele vê dois aliados desertarem da sua causa, ou o modo como ouve um desabafo pessoal demonstrando entender o lado da pessoa que discursa. É a mágoa que carrega quando comparado a seu criador, o impulso vingativo de, mesmo tendo perdido uma batalha, voltar para tirar algo dos heróis também. São peças que compõem o algoz de forma mais complexa, demonstrando que, apesar da crueldade, ele acredita realmente na sua ideologia e em estar lutando pela coisa certas- além disso, o robôzão foi concebido com excelentes efeitos visuais, muito embora um aguardado momento do clímax tenha sido cortado pelos problemas de verba. Na versão original, Ultron se transformaria numa máquina ainda maior para enfrentar os Vingadores.

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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.

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