“Há quem diga que está no sangue o elemento crucial de Sangro. Afinal, foi nele e no seu exame, em que tudo começou. Ou talvez ainda antes, em tudo o que foi feito, os cuidados e as ausências desses, que levaram a uma análise tal que pontuasse na reflexão final apontada pela narrativa desse documentário realizado no formato de animação. Mas quem pensar dessa forma, estará irremediavelmente enganado. Afinal, o filme de Tiago Minamisawa, Bruno H. Castro e Guto BR não é sobre esse elemento que corre nas veias de cada um e menos ainda sobre o que sua constituição tem a dizer. Esta é uma obra sobre o depois. É no após tudo isso, na queda e na resolução em não apenas levantar mais uma vez, mas seguir em pé e ir em frente, aquela decisão que é renovada todos os dias, não apenas como uma tarefa a ser cumprida, mas como uma missão a ser celebrada, em que as atenções devem se concentrar. Poderia, tranquilamente, ser sobre a morte. Mas, pelo contrário, é na abundância da vida em que encontra a sua riqueza (…) Narrado em tom confessional, o protagonista assume os receios e as dores da descoberta do vírus HIV em seu corpo. Em seu sangue. Dominando o seu ser. O anúncio, num primeiro instante, significa o fim. Mas o que vem a seguir? Ou melhor, o que fazer quando esse, gerado após tanta expectativa, simplesmente não acontece?”.

:: Confira na íntegra a crítica de Robledo Milani ::

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.