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Antonio Bandeira: O Poeta das Cores (2024) chegou recentemente aos cinemas contando a história de uma grande personalidade brasileira. O multiartista Antonio Bandeira nasceu no Ceará, não quis seguir com o negócio familiar no ramo da metalurgia e cedo se apaixonou pelas artes, sobretudo as plásticas. Esse homem à frente do seu tempo era um boêmio cujo estilo foi fortemente influenciado pela temporada passada em Paris, na França, logo depois da Segunda Guerra Mundial.

O documentário dirigido por Joe Pimentel está em cartaz e, para dar aquela forcinha para sua curiosidade, elencamos cinco (de muitos) motivos para fazer com que você vá aos cinemas conferir Antonio Bandeira: O Poeta das Cores.

Antonio Bandeira: O Poeta das Cores

1. A IMPORTÂNCIA DO ARTISTA

O protagonista de Antonio Bandeira: O Poeta das Cores nasceu em Fortaleza em 1922 e virou um expoente da renovação da arte cearense antes de ganhar reconhecimento internacional e se transformar em referência na arte abstrata. Conhecido por seu charme e reconhecido por seu pioneirismo, o pintor, desenhista e gravurista brasileiro ganhou grandes admiradores no meio artístico. Citado ao lado de Aldemir Martins e Inimá de Paula como um expoente do Modernismo em Fortaleza nos anos 1940, Antonio Bandeira viveu parte de sua vida em Paris, capital da França, cidade na qual morreu nos anos 1960 num choque pós-operatório para uma simples extração de amígdalas.

2. O RETRATO HISTÓRICO

Antonio Bandeira: O Poeta das Cores mostra um período muito interessante do século 20. Antonio Bandeira se fixou em Paris logo após a Segunda Guerra Mundial, encontrando um cenário muito diferente do brasileiro, afinal de contas nosso país foi muito menos afetado pelo conflito global do que a nação europeia. Antonio chega à capital francesa num momento em que há a combinação de crises econômicas e sociais, mas no qual há uma concentração enorme de artistas em busca de novas formas de representação do mundo. O documentário nos permite ver imagens dessa segunda metade do século 20, tanto numa Paris repleta de desafios quanto em cidades solares como Fortaleza e Rio de Janeiro, metrópoles que se beneficiaram dos conhecimentos que Antonio Bandeira acumulou no Velho Continente.

3. O DIRETOR

Fotógrafo e diretor de filmes e vídeos, Joe Pimentel, cearense, 63 anos, iniciou a sua carreira na década de 80 realizando filmes em Super-8, como Face Concreta da Memória e Muriçoca. Desde então, participou como operador de câmera, fotógrafo e assistente de direção de diversas produções rodadas no Ceará. Em 2001 dirigiu e roteirizou o curta-metragem em 35mm Retrato Pintado, filme que recebeu mais de 20 premiações em festivais nacionais e internacionais. Codirigiu em 2007/2008, ao lado de Glauber Filho, o longa-metragem Bezerra de Menezes: O Diário de um Espírito. Em 2008, realizou com Armando Praça o curta-metragem Invenção do Sertão.

4. O ASPECTO FAMILIAR

Antonio Bandeira: O Poeta das Cores é encabeçado por Francisco Bandeira, sobrinho do artista. Grande estudioso da obra do tio e também artista plástico, Francisco é um dos responsáveis pela preservação do trabalho de Antonio e também peça fundamental para a existência do filme. Na entrevista exclusiva que nos deu (e que você pode ver abaixo), ele comenta que insistiu bastante para o filme existir, pois acreditava que era essencial ter um documentário para fazer jus à memória de Antonio. Além disso, Francisco é personagem do filme, pois perambula pelos cenários parisienses nos quais seu tio era figurinha fácil no pós-Segunda Guerra Mundial.

5. A TURMA DE DEPOENTES

Antonio Bandeira: O Poeta das Cores conta com uma turma especialíssima de depoentes. São críticos de arte, historiadores, marchands, colecionadores, admiradores e colegas falando da vida e da obra de Antonio Bandeira. Entre os principais nomes estão Antonio Bandeira, Francisco Bandeira, Halder Gomes, Walter Carvalho, Galciani Neves, Mariana Martins, Roberto Galvão, João Spinelli, Silas de Paula, Maria Bonomi, Fabre Rolim, Vera Novis, Pedro Martins, Fabiano Piúba e Fernanda Carvalho Faria. Nada melhor do que uma turma de nomes maiúsculos festejando alguém para a gente ter a verdadeira noção do tamanho que essa pessoa para um universo específico, não é mesmo?

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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