Top Top :: Cinco motivos para assistir nos cinemas ao filme Aos Nossos Filhos

Publicado por
Victor Hugo Furtado

A mais nova incursão cinematográfica de Marieta Severo já está disponível no circuito. Um elenco de respeito, passagem por festivais e a direção de uma profissional que já estrelou um dos filmes mais cultuados de todos os tempos são algumas das credenciais de Aos Nossos Filhos (2019), exibido nos festivais do Rio, em 2019, e Havana, em 2020. Mas não só, pois o longa trata de diversos temas contemporâneos e, alguns deles, baseados em histórias reais. No enredo, seguimos ​Vera e Tânia. A primeira, ex-combatente da ditadura militar, é mãe da segunda, que, casada com outra mulher há quinze anos, está à espera do primeiro filho do casal. Diante da diversidade de assuntos presentes na obra, resolvemos promover um Top 05 razões para o leitor do Papo de Cinema ir assistir ao drama na tela grande. A seguir, fique com os tópicos!

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01. Inspiração que vem do teatro

Assim como outros grandes filmes do cinema brasileiro, como Toda Nudez Será Castigada (1973) e Eles Não Usam Black-tie (1981), este também é originário dos tablados. Lançada no início da década passada, a peça foi escrita pela atriz e dramaturga Laura Castro, que se inspirou em sua própria maternidade para roteirizar a trama. Laura, inclusive, é uma das protagonistas do longa, no papel de Tânia. A encenação foi originalmente dirigida por João das Neves e, na época, traçou um paralelo valoroso com a chamada “cura gay”. Para quem não lembra, em 2013, a tal terapia assinada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados pretendia submeter homossexuais a um tratamento psicológico que visava reprimir suas orientações.

02. O legado de Ivan Lins

O título do filme é inspirado numa das canções mais famosas do cantor e compositor Ivan Lins. Dono de hits como Vitoriosa e Começar de Novo, Lins compôs a música ao lado de Vitor Martins em 1985. Nas estrofes, é possível acompanhar inúmeras reflexões a respeito da última ditadura militar brasileira, justificando “falta de amigos“, “falta de ar“, “falta de abraço” e outras lacunas sob a justificativa de que “os dias eram assim”, fazendo referência aos perdidos anos de chumbo. Aliás, o ator Claudio Lins, filho do músico e amigo de Laura desde o início dos anos 2000, está presente no filme, em mais uma homenagem da obra.

03. Cidadã do mundo

A diretora do projeto é ninguém menos que Maria de Medeiros, que também atuou na peça original. A portuguesa poliglota realiza, aqui, seu sexto longa como realizadora, tendo estreado atrás das câmeras em 1987, comandando o curta Sévérine C. Com mais de quatro décadas dedicadas ao cinema, a artista já venceu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza por sua performance em Três Irmãos (1994), foi indicada a Melhor Atriz por Il resto di niente (2004) no prêmio David di Donatello 2005 e teve passagens destacadas pelos festivais de Cannes, em 2000, e Gramado, em 2017. E, claro, não há como deixar passar sua participação no cultuado Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994). No oscarizado filme de Quentin Tarantino ela interpreta Fabienne, namorada de Butch (Bruce Willis). 

04. Elenco de peso

Por si só, Marieta Severo já mereceria atenção suficiente para despertar a curiosidade dos fãs. Afinal, a atriz é uma verdadeira dama do cinema e da teledramaturgia nacional. Entretanto, a eterna estrela de Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995) conta com outros parceiros de renome na arte de interpretar. Ao lado da dona de três prêmios Guarani estão os consagrados Antônio Pitanga e José de Abreu, ambos no páreo desde os anos 1960. Junto a eles, temos os novatos Ricardo Pereira e Aldri Anunciação, que sempre valem uma atenção apurada. 

05. Temas importantes

Por fim, chegou a hora de listar algumas das questões presentes na trama. Dotada de muita contemporaneidade, a história fala sobre natalidade, adoção, ditadura militar, homofobia, conflitos geracionais, entre outros. Segundo a própria Laura, “diversos assuntos poderão ser assistidos numa história de amor, pois sim, ainda se trata de uma história de amor, mesmo diante de tantas particularidades espinhosas”. A propósito, ao acompanhar a narrativa, o espectador se recordará de numerosos casos de discussão familiar.

E aí? Se interessou por Aos Nossos Filhos? Quer saber mais a respeito? Pois então não deixe de ouvir nosso episódio especial do Podcast Papo de Cinema dedicado à obra. Dê o play abaixo, GRATUITAMENTE, e divirta-se!

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: victor@papodecinema.com.br