Top Top :: Cinco motivos para assistir nos cinemas ao filme O Circo Voltou!

Publicado por
Victor Hugo Furtado

Ele está de volta! Após um breve período de descanso, o Top Top retornou ao Papo para te auxiliar na hora de escolher um bom filme. A aposta da vez é O Circo Voltou (2021), longa nacional em cartaz nos cinemas desde 30 de março. E, pela primeira vez, o nosso artigo irá propor um documentário aos leitores. Dirigido por um cineasta experiente, o projeto apresenta uma das tradições culturais mais famosas da história: a arte circense. Tudo isso numa viagem que fortalece ainda mais o tema. Mas quais outros debates são propostos? Quem são os demais envolvidos? Para falar sobre essas e outras questões, resolvemos organizar cinco razões para o nosso leitor estar preparado na hora de comprar o ingresso. Confira a seguir!

 

01. Cultura que resiste ao tempo

O Circo Voltou explora uma arte milenar que tem sido reverenciada século após século. Dos chineses aos gregos, dos egípcios aos indianos, quase todas as civilizações antigas praticavam algum tipo de arte circense há pelo menos 1.000 anos. O enredo segue o Mestre José Wilson e sua família, que há anos sustentam o famoso Circo Spadoni, criado nos anos 1930, em Alagoas, no nordeste brasileiro, por um casal de jovens de Major Isidoro (ambos indígenas Xucurus-Cariris originários de Palmeira dos Índios). Em dado momento do filme, no início de uma apresentação, o trapezista, domador e palhaço Geleia comenta: “o rádio veio depois do jornal. Em seguida, tivemos a televisão. Por fim, a internet. E, mesmo assim, o circo segue vivo”. Essas palavras reforçam a proposta da empreitada de venerar uma manifestação ainda vibrante no interior do Brasil.

02. O legado do Mestre Zé Wilson

Lembram da relação entre Benjamin (Selton Mello) e Valdemar (Paulo José), pai e filho de O Palhaço (2011)? Aqui temos uma situação semelhante a do premiado longa, mas, é claro, com menos carga dramática. A esposa de Wilson, Alessandra, teve o pequeno Pedro Henrique, que se tornou membro da quinta geração da família Moura que se desenvolve no picadeiro. O garoto dá vida ao palhacinho Perereca, que mantém viva a herança de seu pai. Em diversos momentos da produção, é o menino que abre e sustenta importantes apresentações em áreas indígenas e quilombolas. Será ele o último a herdar o dom circense? Ou haverão outros? Essas são algumas das interessantes questões que o projeto suscita.

03. O diretor

O responsável por levar essa história às telonas é Paulo Caldas, um dos mais renomados cineastas do Brasil. Para não o reconheceu, o paraibano alcançou a fama ao dirigir Baile Perfumado (1997) – em parceria com Lírio Ferreira – pelo qual foi premiado como Melhor Filme no Festival de Brasília. Além disso, roteirizou o premiado Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), que lhe rendeu o troféu de Melhor Roteiro Original no Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro. Ao longo de uma carreira de quase trinta anos, Caldas já foi premiado nos festivais de Gramado, Paris, Los Angeles, Havana, Guadalajara e Cuiabá, além de ter também um Grande Otelo – o ‘Oscar’ brasileiro – em sua estante. Sua última incursão pelo gênero documental foi Flores do Cárcere (2019), exibido no Festival do Rio. E aí? Credenciais de peso é que não faltam, não é mesmo?

04. Linguagem sempre atual

E para os que ainda não perceberam, O Circo Voltou (2021) é o que se convencionou chamar de road movie (filme de estrada). Essa opção narrativa acaba se tornado um dos trunfos de Paulo Caldas na condução. Mesmo com a premissa de alterar a perspectiva de uma vida cotidiana, essa não é uma trajetória com início e fim, mas sim uma vida inteira de rodovias. Tal perspectiva foge do conceito original da categoria e cria uma narrativa de imprevisibilidades eternas. Vale a pena embarcar nessa!

05. Homenagem

Um dos momentos mais emocionantes da obra se dá num louvor ao trabalho de Domingos Montagner. Falecido em 2016, o artista atuou como palhaço por anos e teve José Wilson como primeiro diretor de sua carreira. Criado no circo, Domingos foi um dos últimos atores a ajudar a “furar a bolha” e levantar a bandeira circense. Aliás, como muitos outros arlequins ainda farão em seus trilhos profissionais. 

E aí? Se interessou por O Circo Voltou (2021)? Pois saiba que essa história está em cartaz em diversas salas de cinema. Confira locais de exibição clicando aqui e, abaixo, fique com o trailer:

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: victor@papodecinema.com.br