Top Top :: 05 motivos para assistir nos cinemas ao filme Corisco & Dadá

Publicado por
Victor Hugo Furtado

Em dúvida sobre o que conferir no cinema? O Papo de Cinema pode te ajudar com o Top Top, nosso guia especial que traz sempre uma boa recomendação. Desta vez, o destaque fica com o cinema brasileiro: o filme em cartaz é Corisco & Dadá. Lançado em 1996, durante a chamada Retomada (fase em que o cinema nacional voltou a crescer, entre 1995 e 2002, após anos de quase paralisação), o longa volta às telonas em uma versão restaurada.

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Na trama de Corisco & Dadá, Dadá é sequestrada aos 12 anos de idade pelo Capitão Corisco. Ela passa a viver a difícil vida do cangaço. Aos poucos, surge um companheirismo entre os dois, capaz de transformar o ódio em um amor que muda a história do cangaceiro.

Mas o que esperar da história? Quem está por trás desse projeto tão importante para a cinematografia nacional? Para esclarecer essas e outras dúvidas, decidimos listar cinco motivos pelos quais você não pode perder essa nova oportunidade de assistir a Corisco & Dadá. Acompanhe a seguir!

A HISTÓRIA

Os personagens-título são figuras icônicas do cangaço, movimento de banditismo e resistência armada que ocorreu no sertão nordestino brasileiro entre o final do século XIX e meados do século XX. Conhecidos por seus apelidos, Cristino Gomes da Silva Cleto e Sérgia Ribeiro da Silva ganharam destaque não apenas como cangaceiros, mas também como símbolos de resistência e luta contra as opressões do sertão brasileiro. Corisco era conhecido como “O Diabo Loiro” devido ao cabelo claro e à personalidade feroz. Ele foi um dos mais leais seguidores de Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião, líder máximo do cangaço. Após a morte de Lampião em 1938, Corisco assumiu uma posição de liderança, tentando manter o cangaço vivo, mesmo com o fim iminente do movimento.

Já Dadá, embora tenha se unido inicialmente sob coerção, gradualmente tornou-se uma figura independente e admirada dentro do movimento. Sua importância vai além do cangaço: ela representa as poucas mulheres que encontraram voz e força em um contexto marcado pela violência e pela falta de opções para mulheres no sertão. Após o fim do cangaço, Dadá sobreviveu e viveu para contar sua história.

AS ESTRELAS

Na época do lançamento original de Corisco & Dadá, Chico Díaz e Dira Paes ainda eram artistas em ascensão. Nos anos 1990, aceitando o desafio de viver o mítico personagem, após quase perder o papel para Bertrand Duarte e Alceu Valença, Chico desempenhou um dos trabalhos mais importantes de sua carreira. Por sua performance, aliás, venceu a categoria de Melhor Ator no Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro de 1997.

Dira quase foi preterida por Glória Pires, que declinou do projeto por conflitos de agenda. Hoje, é quase impossível pensar em outro nome que não seja o da três vezes vencedora do Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro para compôr tal personagem. Segundo o próprio Rosemberg Cariry, em entrevista concedida ao Papo em 2021, “Chico e a Dira se dedicaram ao filme com corpos, corações e mentes. Fizeram um trabalho visceral. O longa deve muito ao trabalho desses atores”.

Corisco & Dadá

O RESPONSÁVEL

E falando em Rosemberg, vale ressaltar a mente por trás desse imponente filme brasileiro. Nascido em 1953, em Farias Brito, Ceará, Antônio Rosemberg de Moura é reconhecido por sua contribuição no que diz respeito ao retrato do sertão nordestino e a valorização da cultura popular brasileira nas telonas. Sua obra tem influência do regionalismo, mesclando poesia, folclore e temas sociais, o que torna seus filmes importantes documentos culturais.

Rosemberg aborda questões como a resistência cultural, a luta dos oprimidos e a preservação das tradições locais. Além de Corisco & Dadá, ele também dirigiu O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto (1986), A Saga do Guerreiro Alumioso (1993) e Os Pobres Diabos (2013), projetos que lhe renderam destaque em festivais como Brasília, Cartagena e Havana.

Rosemberg Cariry

OS CARIMBOS

E já que mencionamos festivais, vale ressaltar a passagem de Corisco & Dadá por conceituados eventos da indústria. A trajetória do longa começou na Serra Gaúcha, saindo aplaudido e premiado – com o Kikito de Melhor Ator para Chico – no Festival de Gramado de 1996. Em seguida, a obra foi agraciada com Candango de Melhor Atriz para Dira no Festival de Brasília. Na sequência, o filme foi apresentado no Festival de Toronto e condecorado como Melhor Montagem e o Grand Coral: Terceiro Prêmio no Festival de Havana. Por fim, como se não bastasse, foi indicado a seis categorias do Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro de 1997.

A RESTAURAÇÃO

Atualmente, o reparo de filmes é fundamental para a preservação da memória cultural e cinematográfica. Filmes antigos enfrentam o desgaste físico, com riscos de degradação e perda irreversível devido ao tempo, a má conservação e o envelhecimento dos suportes analógicos, como o celuloide. Além de seu valor cultural, a restauração contribui para a história do cinema e o estudo de técnicas narrativas e estilísticas. Ela permite que novas gerações tenham acesso ao legado de cineastas, compreendendo as influências e os contextos em que as obras foram realizadas.

Corisco & Dadá foi restaurado a partir dos negativos de imagem e som originais, com apoio de Cinemateca do MAM (RJ), Arquivo Nacional, Link Digital, Iluminura FilmesSereia Filmes e Mapa Filmes. O método foi o escaneamento em 4K com posteriores retoques digitais. Isso possibilitou a confecção de uma nova matriz com imagem de som em altíssima resolução. A produção executiva da restauração ficou por conta de Bárbara Cariry e a supervisão técnica é assinada por Petrus Cariry – ambos filhos de Rosemberg. Bárbara, aliás, atuou em Corisco & Dadá, interpretando uma das filhas da personagem principal.

E aí? Se interessou? Pois, saiba onde assistir ao filme clicando aqui e, a seguir, fique com o trailer de Corisco & Dadá:

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: victor@papodecinema.com.br

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