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Crítica


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Onde Assistir

Sinopse

Goldeneye é um sistema de defesa criado pelos russos durante a Guerra Fria. O dispositivo vira perigo mundial ao ser roubado pelo dissidente general Ourunov e sua parceira Xenia Onatopp. James Bond (Pierce Brosnan) entra em ação e em seu caminho encontrará um velho pesadelo: a morte do agente 006, executado durante uma missão.

Crítica

Primeiro filme em que Pierce Brosnan interpreta James Bond, 007 contra GoldenEye começa em alta voltagem. Destruir um laboratório russo de armas químicas parece moleza, principalmente porque 007 tem a ajuda de seu colega 006 (Sean Bean). Contudo, as coisas complicam e Bond precisa escapar sozinho, não sem antes assegurar-se das devidas bombas explodirem e de que, no fim das contas, entre mortos e feridos, mais uma vez a Inglaterra triunfe. O diretor Martin Campbell garante a tensão valorizando o tempo escasso que o agente tem para infiltrar-se e pôr o plano em prática. Não bastasse isso, a própria fuga de 007 é espetacular, um absurdo que torcemos para dar certo. Ele salta sem paraquedas num precipício, tentando alcançar o monomotor também em queda que pode tirá-lo dali. Bond se salva, contudo carregando a culpa de não ter resgatado seu companheiro de MI6.

Alguns anos passam e novamente Bond se depara com os russos. Em Mônaco, ele encontra uma morena tão sensual quanto perigosa, Xenia Onatopp (Famke Janssen), capanga de alguém que se move nas sombras para instaurar o caos, valendo-se de traidores das mais diversas nacionalidades. 007 contra GoldenEye, diferentemente de muitos de seus predecessores, não enrola o espectador com sequências deslocadas ou fora de contexto. Há complexidades no desenvolvimento da trama, como as pistas do passado do agente, entre outros sinais que ampliam Bond ligeiramente para além do perfil cunhado através dos anos, ainda que sigam intactas suas características clássicas. Outra novidade é que agora M, chefe do serviço secreto, é uma mulher. Interpretada por Judi Dench, ela chega a confrontar 007 por sua suposta misoginia.

007 contra GoldenEye ajudou a modernizar James Bond, mérito dos produtores que entenderam a necessidade de reestruturar a criação de Ian Fleming, mas, principalmente, de Martin Campbell, diretor que materializou com bastante eficiência esse anseio. Pierce Brosnan sai-se muito bem assumindo as credenciais do agente com permissão para matar e, de quebra, o icônico Aston Martin DB5 que fora de Sean Connery em 007 contra Goldfinger (1964) - a BMW que aparece depois é apenas um inserção de marketing indireto, pois não possui importância durante o filme. O fantasma que ressurge para assombrar a vida de Bond faz com que ele mostre ainda mais vulnerabilidade. Mesmo assim, os caráteres heroico e invencível triunfam no final das contas, algo que não poderia ser diferente.

No quesito Bond girl, Natalya Simonova (Izabella Scorupco) dá conta do recado com sobras. Inteligente, bonita e dona de um sotaque exótico, ela fisga o espião britânico por mais de uma noite e participa ativamente da ação. 007 contra GoldenEye é uma injeção de adrenalina nas aventuras cinematográficas de James Bond. O movimento incessante, de um país ao outro, entre a pista investigada e a próxima, não impede que haja um desenvolvimento mais acurado de certos elementos responsáveis por enriquecer, até mesmo psicologicamente, o protagonista. Muito embora isso aconteça, interessante notar a reverência dos responsáveis pela trajetória de Bond. Não foi necessário desfigurá-lo para encaminhar sua atualização. Um filme realmente digno de nota dentro da longeva franquia.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

Grade crítica

CríticoNota
Marcelo Müller
8
Francisco Russo
6
MÉDIA
3

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