Crítica
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Sinopse
A estabilidade econômica mundial está ameaçada por um plano do diabólico Goldfinger. Ele pretende assaltar o Fort Knox e roubar toda a reserva de ouro americana. Bond é acionado para salvar o Tio Sam. Em seu caminho, o fortíssimo Oddjob vai tentar impedi-lo.
Crítica
Todos conhecem James Bond, o agente secreto a serviço de Sua Majestade com permissão para matar. Em 007 Contra Goldfinger, ele recebe a tarefa de vigiar Auric Goldfinger (Gert Fröbe), um trapaceiro no jogo de cartas. Bond (Sean Connery), claro, se envolve com a acompanhante dele e, mais adiante, encontra-a nua, pintada de dourado, assassinada por asfixia epidérmica. Percebe, então, não estar numa missão sem importância. As cartas e a roubalheira à beira da piscina são apenas um distrativo, pois a verdadeira atividade ilícita de Goldfinger, pela qual Bond foi designado para segui-lo de perto, é o contrabando internacional de barras de ouro. Como de praxe, 007 viaja no encalço do vilão, levando consigo o charme que seduz as mulheres e a astúcia que justifica sua precedente fama de espião.
007 Contra Goldfinger possui todos os principais elementos responsáveis por fazer de James Bond, criação literária de Ian Fleming, um dos personagens mais longevos do cinema. O protagonista é aquele cara safo, bem alinhado, que sempre dá um jeito de levar belas mulheres para a cama, mesmo em meio a situações de extremo perigo. Ele dirige um Aston Martin (talvez o mais clássico de toda franquia) cheio de traquitanas, tais como as metralhadoras laterais e o banco ejetor do carona. Vemos Q (Desmond Llewelyn), responsável pelas invenções do MI6, o Serviço de Inteligência Secreta da Inglaterra; Moneypenny (Lois Maxwell), secretária que vive dando em cima de Bond; e o próprio M (Bernard Lee), líder dessa organização para a qual todos trabalham. Além deles, o vilão megalomaníaco cujos planos precisam ser contidos, Auric Goldfinger, e seu capanga estranho, Oddjob (Harold Sakata).
Não poderiam faltar as Bond girls. A primeira é Jill Masterson (Shirley Eaton), loira que infelizmente conhece rápido a morte, de tal maneira inusitada que seu corpo inerte e coberto de ouro tornou-se imagem emblemática. Depois, Tilly Masterson (Tania Mallet), mulher em busca de vingança que acaba caindo de amores por 007. Mais para frente surge Pussy Galore (Honor Blackman), outra loira no caminho do agente, em princípio imune aos seus galanteios. Ela vira peça imprescindível no combate aos ousados planos de Goldfinger em parceria com a China, país interessado num colapso financeiro do Ocidente. Diferentemente dos filmes atuais de Bond, que prezam por uma encenação mais realista, em 007 Contra Goldfinger temos justificado todo e qualquer absurdo, como, por exemplo, o letal chapéu voador de Oddjob, licença aceita, pois parte orgânica da ação proposta pelo diretor Guy Hamilton.
Salvo engano, neste filme não há sequer uma gota de sangue, nem mesmo quando ocorrem mortes brutais, como a do gângster prensado dentro do carro que vira um bloco retorcido de aço. Sinal de outros tempos, nos quais o espectador embarcava com mais facilidade na fantasia, sem necessitar de tantos fragmentos da realidade para, de fato, aceitar o que estava vendo. Esse dado, aparentemente banal, diz muito sobre o espírito das primeiras aventuras cinematográficas de James Bond, elas que podem soar um tanto ingênuas para as plateias de hoje, mas que apresentam tudo que tornou 007 um ícone. Bond foi, ao longo dos anos, testemunha e modelo para o cinema de ação, adaptando-se a cada nova tendência. Provavelmente, 007 Contra Goldfinger é o que melhor resume a mítica do agente mais famoso dos livros e das telas.
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Roubar? Melhor assistir o filme antes de fazer comentários sem fundamento.