Crítica
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Sinopse
Georgi Koskov, um general dissidente da União Soviética, escapa do país com a ajuda de James Bond, mas logo recapturado através de uma missão de resgate que faz o serviço secreto inglês perder credibilidade. A partir de então, 007 assume o caso e vê fatos surpreendentes ao conhecer Kara Milovy, uma violoncelista tcheca com quem se envolve. Bond acaba descobrindo uma grande trama ligada a Brad Whitaker, um grande comerciante de armamento bélico.
Crítica
Já no início deste que é o décimo quinto filme do ícone criado por Ian Fleming, há uma missão de treinamento aos vários agentes 00, ou seja, àqueles com permissão para matar, os mais letais do serviço britânico MI6. Entre eles, um duplo que troca balas de tinta por projéteis de verdade, obrigando o mais famoso dos espiões cinematográficos, Bond, James Bond, a colocar ordem na casa, salvando a base de um acidente mais danoso. 007 Marcado para a Morte vai, então, desenrolar-se quase todo dentro dessa dinâmica logo estabelecida, a das aparências, dos joguetes e conspirações político/comerciais. Convém não acreditar nas primeiras impressões, todos podem falsear e adotar personagens em busca de seus objetivos.
James Bond cai numa espiral conspiratória que envolverá o serviço secreto britânico, a KGB, o governo soviético, mercadores de armas e revoltosos afegãos também vendedores de ópio. Em meio a tanta balbúrdia, certamente o protagonista terá tempo de apaixonar-se (ou seria melhor, suscitar a paixão?) por uma bela violoncelista russa, de alguma forma também metida nessa miscelânea internacional. Em 007 Marcado para a Morte não há uma antagonista marcante, como em vários das décadas de 60 e 70 (quem não se lembra de Auric Goldfinger, por exemplo?), mas a estrutura básica, com vilões e um assecla principal, neste caso o disciplinado Necros, permanece intacta e fiel à tradição.
Interessante notar que 007 Marcado para a Morte abriga quase todos os cânones “bondnianos”, inserindo-os aqui e ali com muita perspicácia. Bond é o mulherengo de sempre, tem suas diferenças com a diretiva do MI6, interage com Moneypenny, o chefe M, o genial Q e dirige aquele Aston Martin repleto de traquitanas. É claro, lá pelo meio, bebe seu martini, batido, não mexido. Na primeira aparição como James Bond, o ator Timothy Dalton prova sua competência, pois acresce particular valor ao agente a serviço da majestade. Ele mantém aquele olhar cafajeste, característico do personagem, sendo, ainda, eficaz nas cenas de ação, aliás, muito bem orquestradas pelo diretor John Glen, de longos serviços prestados à franquia, seja como diretor, editor ou mesmo timoneiro de segunda unidade.
007 Marcado para a Morte, sobre ter sido lançado em 1987, ainda guarda o frescor de uma boa aventura, não deixando transparecer em demasia os sinais do tempo, que, a bem da verdade, são denunciados apenas na abertura cantada pelo A-ha, banda muito em voga na época, hoje saudosa aos adeptos do revival oitentista. É funcional, muito porque o descompromisso com a estrita realidade não se deixa confundir com alienação, algo que pode surgir na audiência de alguns antecessores. Por essas e outras, 007 Marcado para a Morte sobrevive como um dos bons filmes estrelados pelo espião favorito de 09 entre 10 cinéfilos.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Marcelo Müller | 8 |
Thomas Boeira | 8 |
MÉDIA | 8 |
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