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Sinopse

Um insano magnata da mídia está armando incidentes internacionais para jogar as superpotências internacionais umas contra as outras. Agora, James Bond deve deter esse criminoso para encerrar seu reinado de terror e impedir o caos mundial.

Crítica

A resistência de James Bond enfrentando variados vilões em inúmeras circunstâncias somente pode ser comparada à da própria franquia 007, que chega ao décimo nono filme com 007: O Amanhã Nunca Morre. Escrito por Bruce Feirstein, responsável pelo bem recebido 007 contra GoldenEye (1995), e dirigido por Roger Spottiswoode, escolhido pelo trabalho em Sob Fogo Cerrado (1983), o décimo nono longa da saga James Bond cumpre com competência a tarefa de dar continuidade à série, sem apresentar novidades aos fãs.

No enredo, o vilão Elliot Carver (Jonathan Pryce) faz uso da sua rede de comunicação para costurar uma intriga envolvendo Inglaterra e China. O atrito entre as duas potências encaminharia com facilidade o mundo para uma nova Guerra Mundial. O interesse de Carver, megalomaníaco como quase tudo na série - inclusive como o próprio Bond -, está em conseguir audiência para a mídia a qualquer custo.

Para evitar a rusga, iniciada com um falso ataque chinês a uma embarcação inglesa, o agente secreto mais famoso do cinema entra em ação. Desta vez como um banqueiro, Bond se aproximará de Carver para impedir os seus planos. Essa proximidade o colocará em contato com a agente chinesa Wai Lin (Michelle Yeoh) e com a sedutora Paris Carver. Interpretada por Teri Hatcher, Paris além de ser a atual esposa de Elliot, revelará um envolvimento antigo com Bond. O curioso papel de Hatcher trará bons diálogos, que no caso de um filme de 007 significa um tom de certo heroísmo com pieguice, e uma dose de humanidade para a vida atrás da máscara secreta.

007: O Amanhã Nunca Morre é um filme correto. Pierce Brosnan, o melhor protagonista desde Sean Connery, assume na medida o papel de espião charmoso, sedutor, arrojado e inteligente. O roteiro consegue articular uma trama sólida que, se não das melhores, preenche a tela com um conjunto de cenas bem dirigidas, como a do carro controlado por Bond, a perseguição em motocicleta e o naufrágio. Os personagens que circundam o protagonista igualmente coadunam com o que se espera do núcleo da inteligência inglesa.

Sem grandes sobressaltos, Spottiswoode demonstra que estudou bem a estrutura tradicional dos filmes de Bond. Deixando a inventividade de lado - como alguns dos filmes não respeitaram - o diretor segue a cartilha tradicional dos filmes de ação. Por isso, 007: O Amanhã Nunca Morre não se limita a conter todas as características que fizeram de Bond a grande figura a conquistar uma legião de fãs, mas entrem o público com a sua trama política e a suas reviravoltas.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, e da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Tem formação em Filosofia e em Letras, estudou cinema na Escola Técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Acumulou experiências ao trabalhar como produtor, roteirista e assistente de direção de curtas-metragens.
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